Banco de Inglaterra sobe taxa de juro em 0,50 pontos para 3,5%
O Banco de Inglaterra anunciou hoje uma subida das taxas de juro de 0,50 pontos percentuais para 3,5%, o nível mais alto em 14 anos, como parte da estratégia de combate à inflação no Reino Unido.
© Reuters
Economia Banco de Inglaterra
O comité de política monetária da instituição votou por uma maioria de seis contra três para implementar este aumento, considerando que "persistem provas de pressões inflacionistas", com um mercado de trabalho "apertado" e a economia em recessão.
A inflação britânica foi de 10,7% em novembro, contra 11,1% em outubro -- ainda em máximos de 40 anos --, enquanto a economia se contraiu 0,2% entre julho e setembro, de acordo com os dados mais recentes.
O desemprego subiu para 3,7% no período de três meses até outubro.
Este é o nono aumento consecutivo das taxas desde dezembro de 2021, depois de terem caído para um mínimo histórico durante a crise de crédito de 2008.
No entanto, a subida de apenas meio ponto indica, dizem os analistas, que o Banco acredita que o pico da inflação no Reino Unido já foi atingido, pelo que pode abrandar o ritmo ou o valor de futuras subidas.
No entanto, a comissão advertiu hoje que é provável que as subidas tenham de ser mantidas nos próximos meses a fim de se atingir o objetivo oficial de 2% de inflação.
Em resposta à decisão do Banco, o ministro das Finanças conservador, Jeremy Hunt, salientou que "quanto mais cedo a inflação estiver sob controlo, melhor".
"Quaisquer medidas que promovam a incorporação permanente de preços elevados na nossa economia apenas prolongarão a dor para todos, minando qualquer perspetiva de recuperação económica", disse.
O Banco continua também a venda, iniciada em novembro, de parte das obrigações do Tesouro, na maioria compradas entre 2009 e 2021, como parte do seu programa de Facilitação Quantitativa, introduzido após a crise de crédito no valor de 895.000 milhões de libras (mais de 1 bilião de euros).
O banco tem como objetivo libertar 80.000 milhões de libras (cerca de 93.000 milhões de euros) de obrigações este ano, a fim de arrefecer a procura na economia.
No relatório sobre estabilidade financeira apresentado na terça-feira, o Banco de Inglaterra advertiu que as dificuldades económicas devido à elevada inflação e taxas de juro, entre outros fatores, tornarão mais provável que cidadãos, empresas e Governos não consigam pagar as suas dívidas.
Ao mesmo tempo, a instituição reconheceu que os bancos britânicos, que passam frequentemente por testes de 'stress', estão preparados para absorver o impacto de qualquer possível crise, mas recomendou a melhoria da supervisão das instituições financeiras não bancárias, que apresentam mais riscos.
[Notícia atualizada às 13h19]
Leia Também: BoE avança com testes de 'stress' para financeiras não bancárias
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com