Banco central sobe crescimento do Brasil pela terceira vez este ano
O banco central do Brasil subiu hoje a previsão de crescimento para 2,9% este ano, depois de em setembro prever uma expansão de 2,7%, que surge na sequência da menor taxa de desemprego dos últimos sete anos.
© Lusa
Economia Brasil
De acordo com o relatório trimestral sobre a inflação, publicado hoje, o regulador financeiro mantém a previsão de abrandamento para 1% em 2023 devido às incertezas sobre a evolução da situação económica global, em linha com os 3,05% para este ano e 0,75% previstos pelos analistas questionados pelo banco no inquérito trimestral.
"As incertezas domésticas e externas continuam elevadas e, por isso, as projeções de crescimento para o Brasil, especialmente para 2023, são mais incertas que o habitual", escreve o banco central no relatório, citado pela agência de informação financeira Bloomberg, que deixa antever um abrandamento depois de um ciclo de subidas de taxas de juro que acrescentaram 11,75 pontos percentuais às taxas de juro até setembro.
O banco central mantém a estimativa para a inflação em 5% em 2023 e 3% em 2024, o que compara com os objetivos de 3,25% e 3%, respetivamente.
O próximo ano será o primeiro do mandato de quatro anos de Lula da Silva, que assumirá a Presidência do Brasil pela terceira vez em 01 de janeiro, após ter governado o país dois mandatos (2003 até 2010).
O líder progressista, que recebeu na segunda-feira o diploma de Presidente eleito, prometeu durante a campanha fomentar o crescimento da economia brasileira com responsabilidade e justiça social, tendo como principal objetivo "incluir os pobres nos orçamentos" do Estado.
Lula da Silva escolheu o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad como homem forte na área económica do seu futuro Governo e anunciou que irá nomeá-lo ministro da Fazenda (Finanças).
A nomeação de Haddad, um académico com perfil político marcante, embora pragmático do ponto de vista económico, levantou dúvidas no mercado financeiro.
Haddad, apontado como possível sucessor de Lula da Silva, disse que entre as suas prioridades como ministro da Fazenda estará a criação de um novo arcabouço fiscal, a realização de uma reforma tributária e a promoção de acordos comerciais.
Para o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), a escolha recaiu sobre Aloizio Mercadante, ex-ministro da Educação e da Casa Civil do Brasil e coordenador da campanha do agora Presidente.
Num discurso na segunda-feira, Lula da Silva disse que a missão de Aloizio Mercadante à frente da instituição de investimento da economia brasileira passará por "reindustrializar o país".
"Vão acabar as privatizações neste país", garantiu, acrescentando que as "empresas públicas não estão à venda" e procurando tranquilizar o mercado, que tem mostrado sinais de nervosismo com uma eventual viragem à esquerda na política económica brasileira.
"Ao glorioso mercado", disse, em tom irónico, "diga se em algum momento da vida do mercado brasileiro ganharam tanto dinheiro como ganharam de 2003 a 2008", quando foi Presidente.
Leia Também: Pior desflorestação em sete anos na savana brasileira
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com