O Estado está a pagar salários mais altos à administração da TAP do que os privados pagavam, de acordo com a CNN Portugal. Só a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, está a ganhar meio milhão de euros por ano, sendo que o seu salário-base inicialmente negociado foi de 720 mil euros por ano.
Como está em vigor um plano de reestruturação da companhia, há um corte de 30% às remunerações dos gestores, mas os custos da companhia com a administração em 2019, quando a gestão era controlada por privados, foram inferiores aos de 2021, quando já estava sob controlo público, segundo a análise da CNN.
Christine Ourmières-Widener tem, assim, um salário anual declarado no valor de 504.000 euros.
A TAP reduziu o capital social de 904,3 milhões de euros para zero, para cobertura de prejuízos, e aumentou o capital social para 980 milhões, com uma injeção faseada do auxilio financeiro do Governo previsto no plano de restruturação da empresa.
Numa informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a TAP informa que estas decisões surgem na sequência da aprovação pela Comissão Europeia, de dezembro do ano passado, do Plano de Reestruturação do Grupo TAP e concessão de auxílios à reestruturação.
Nos termos desta reestruturação, está prevista a concessão, até ao final do exercício de 2022, de uma tranche do referido auxílio.
Assim, a TAP refere que foi decidida a redução do capital social de 904,3 milhões para zero euros, "para cobertura de parcial de prejuízos", logo seguida de um aumento do capital social de zero euros para 980 milhões, subscrito integralmente pela República Portuguesa, através da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças.
Este aumento de capital é feito através de três novas entradas em dinheiro: 294 milhões de euros agora, 343 milhões no dia 20 de dezembro de 2023 e outros 343 milhões no dia 20 de dezembro de 2024.
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