Confagri pede estabilidade e mostra-se preocupada com caso Carla Alves
A confederação das cooperativas agrícolas mostrou-se hoje preocupada com a demissão da secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, defendendo que o setor precisa de estabilidade.
© Global Imagens/ Leonardo Negrão
Economia Caso Carla Alves
"O país foi ontem [quinta-feira], ao final da tarde, confrontado com a demissão da recém-empossada secretária de Estado da Agricultura, facto que mereceu ampla divulgação na comunicação social e séria instabilidade no setor agrícola", notou, em resposta à Lusa, a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri).
A confederação disse estar profundamente preocupada com este caso, aguardando que a situação seja "ultrapassada rapidamente", processo que espera que decorra com "serenidade e responsabilidade".
A secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, apresentou na quinta-feira a sua demissão, um dia após a tomada de posse, por entender não dispor de "condições políticas e pessoais" para iniciar funções, um dia após a tomada de posse.
"O setor agrícola precisa de estabilidade, num momento em que se inicia a aplicação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) e em que é necessário operacionalizar os diferentes instrumentos de aplicação, pelo que a Confagri exige uma ação política para se ultrapassa a situação", referiu a Confagri.
O Correio da Manhã noticiou, na quinta-feira, que a nova secretária de Estado da Agricultura tem várias contas bancárias arrestadas, no âmbito de uma investigação que envolve o seu marido e antigo presidente da Câmara de Vinhais, Américo Pereira.
De acordo com jornal, entre 2013 e 2020, o casal declarou rendimentos inferiores aos montantes que tinha no banco, uma discrepância que foi constatada após ter sido levantado o segredo bancário.
O Ministério Público mandou arrestar bens do antigo autarca, num processo que envolve mais de 4,7 milhões de euros.
Em causa estão vários negócios celebrados entre 2006 e 2015, que envolvem também uma sociedade, um empresário e o reitor do antigo seminário deste concelho do distrito de Bragança.
O Ministério da Agricultura e da Alimentação garantiu hoje que a ministra Maria do Céu Antunes desconhecia "qualquer envolvimento em processos judiciais" da secretária de Estado da Agricultura Carla Alves.
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