Segundo informação do Governo cabo-verdiano, a cerimónia oficial decorre hoje, na Praia, na presença do ministro da Agricultura e do Ambiente, Gilberto Silva, tendo o arroz sido descarregado nos últimos dias no porto da capital cabo-verdiana, incluindo duas variedades, de origem japonesa e tailandesa.
"A ajuda alimentar japonesa vem respondendo aos desafios do país, relativamente à questão da segurança alimentar e nutricional, contribuindo para o aumento da disponibilidade de cereais no mercado cabo-verdiano, minimizando os riscos previsíveis para o bem-estar da população", afirma o Governo cabo-verdiano.
O carregamento, de 1.455 toneladas de arroz, chegou à Praia em 08 de janeiro, sendo referente ao ano fiscal de 2021, avaliado em 250 milhões de ienes, equivalente a quase 195 milhões de escudos (1,8 milhões de euros).
O arroz será agora comercializado pelas empresas vencedoras do concurso para a sua alienação em todo o território nacional, com os dividendos a seguirem para um fundo de contrapartida que visa financiar projetos de desenvolvimento socioeconómico nas áreas da agricultura, segurança alimentar e disponibilidade de água, "com impacto na melhoria das condições de vida dos cidadãos", segundo o Governo.
Em março passado, o Japão doou 1.050 toneladas de arroz a Cabo Verde, permitindo aumentar as reservas deste cereal no país para cerca de oito meses, disse na altura o ministro da Agricultura cabo-verdiano, Gilberto Silva.
Este carregamento somou-se então à entrega anterior pelo Japão, de 2.564 toneladas, em dezembro de 2021.
Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do PIB do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística.
Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo baixou em junho a previsão de crescimento de 6% para 4%, que, entretanto, voltou a rever, para mais de 8% e já na semana passada para 10 a 15%.
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