EUA acusam Rússia de ser "um paraíso para o financiamento ilícito"
Os Estados Unidos elogiaram esta sexta-feira a suspensão da Rússia pelo Grupo de Ação Financeira (GAFI), sublinhando que os esforços de Moscovo para evitar sanções internacionais tornaram o país "um paraíso para o financiamento ilícito".
© Reuters
Economia Janet Yellen
"O desrespeito da Rússia pela soberania e integridade territorial da Ucrânia está em desacordo com os valores fundamentais do GAFI de cooperação internacional e Estado de direito", frisou a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, citada num comunicado.
Para Janet Yellen, "as negociações da Rússia com fornecedores de último recurso, como o Irão e a Coreia do Norte, os seus esforços governamentais para evitar sanções internacionais e controlos de exportação e outras atividades, como abrigar cibercriminosos ou o Grupo Wagner, tornam o país um paraíso para o financiamento ilícito -- exatamente o que o GAFI trabalha para combater".
O GAFI, organismo internacional que luta contra o branqueamento de dinheiro, anunciou esta sexta-feira a suspensão da Rússia por ações relacionadas com a sua invasão da Ucrânia, no dia que se assinalou um ano de conflito.
Apesar da suspensão da Rússia pelo GAFI, Moscovo continuará a ser responsável pelo cumprimento das normas do Grupo de Ação Financeira, referiu este organismo em comunicado, que trabalha com países e jurisdições para prevenir e combater o branqueamento de capitais, o financiamento do terrorismo e a proliferação de armas.
A decisão foi anunciada no final de uma reunião plenária de três dias do órgão com sede em Paris, presidida pelo singapurense Raja Kumar.
O Tesouro dos EUA elogiou a "decisão histórica" do GAFI, sublinhando que os membros deste organismo "lideram o esforço global de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e da proliferação".
"Espera-se que os membros defendam e promovam os princípios fundamentais que protegem o sistema financeiro global. A guerra em andamento na Rússia mina os princípios de cooperação internacional e respeito mútuo que sustentam o mandato do GAFI", realçou o Tesouro norte-americano na nota de imprensa.
Além de anunciar a expulsão da Rússia, o GAFI condenou "a guerra de agressão" lançada pela Rússia assim como os seus "ataques brutais e desumanos contra infraestruturas públicas críticas", acrescentou.
Também manifestou a sua "profunda preocupação" com relatos de compras de armas pela Rússia de países sujeitos a sanções das Nações Unidas, bem como "atividades maliciosas de computadores provenientes da Rússia".
A Rússia estima que as sanções do Banco Central impostas pela União Europeia (UE) e seus aliados tenham congelado 300.000 milhões de dólares das suas reservas de divisas enquanto a comunidade internacional avança com medidas adicionais para combater o que chamam dinheiro "sujo" russo, repartido pelos intermediários de "oligarcas e elites" filiados ao Estado russo através de canais de distribuição ilegais.
A Organização Não Governamental (ONG) Transparência Internacional pediu aos governos aliados de Kiev mais clareza e acessibilidade sobre as operações relativas à deteção do dinheiro e bens russos paralisados pelas sanções impostas a Moscovo.
No balanço dos seus primeiros 12 meses de investigações, a ONG Transparência Internacional conclui que "os governos devem levar ainda mais a sério o congelamento da riqueza ilícita da Rússia dentro de suas fronteiras e sistematizar ainda mais as informações recolhidas sobre isso para que a sociedade civil e o público em geral possam avaliar o impacto dos seus esforços".
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