A taxa de inflação (subida dos preços comparando com o mesmo mês do ano anterior) em Espanha subiu duas décimas em fevereiro, depois de ter sido 5,9% em janeiro, segundo o Instituto Nacional de Estatística espanhol (INE).
A confirmar-se a estimativa do INE para fevereiro, este foi o segundo mês consecutivo de aumento da inflação em Espanha, depois de cinco meses de queda, entre agosto e dezembro de 2022.
A inflação em Espanha foi de 10,5% em agosto, 8,9% em setembro, 7,3% em outubro, 6,8% em novembro e 5,7% em dezembro.
Espanha fechou o ano passado com a taxa mais baixa da União Europeia, depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados e de em julho ter registado a inflação mais alta no país desde 1984 (10,77%).
Isto apesar do aumento recorde dos preços dos alimentos, que em dezembro voltou a situar-se acima dos 15% (15,7%), comparando com o mesmo mês do ano passado, valores que são os mais altos desde 1994.
Segundo a estimativa divulgada hoje, sem os preços dos alimentos não elaborados e da energia (inflação subjacente), a variação dos preços em janeiro foi 7,7% em Espanha, mais duas décimas do que os 7,5% de dezembro.
A inflação subjacente não era tão elevada em Espanha desde a década de 1980, segundo o INE espanhol.
Segundo o instituto, a inflação voltou a aumentar em fevereiro devido aos preços da eletricidade (que subiram este mês e tinham baixado em fevereiro de 2022) e dos alimentos e bebidas não alcoólicas.
O aumento da inflação em janeiro foi atribuído, principalmente, aos preços dos combustíveis.
Em janeiro, o governo espanhol acabou com um desconto de 20 cêntimos por cada litro de combustível comprado por particulares.
Em paralelo, para tentar responder à escalada dos preços dos alimentos, entrou em vigor no mês passado um novo conjunto de medidas que incluem a suspensão do IVA (imposto sobre o consumo) de alguns alimentos e produtos considerados básicos.
Espanha aprovou ao longo de 2022 vários pacotes de medidas para responder à inflação superiores a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca e 45.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do IVA da eletricidade e do gás para 5% ou desconto de 20 cêntimos por litro na compra de combustíveis.
Numa entrevista divulgada na segunda-feira ao canal de televisão Telecinco, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, já tinha antecipado um "ligeiro aumento" da inflação, que atribuiu à evolução dos preços da energia, mas disse que deverá haver uma descida nos próximos meses.
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