"Estimativas preliminares, num estudo em curso, apontam que esta indústria criminosa dos raptos representou cerca de 2,2 mil milhões de meticais até 2022, extorquidos aos empresários", afirmou o presidente da CTA, Agostinho Vuma, numa intervenção pública na segunda-feira.
A Lusa tentou obter o documento, mas fonte da CTA disse que se trata de um estudo ainda em aberto, que não está disponível para consulta pública.
Os raptos têm como consequência a fuga de capitais e a retração de investimento na economia nacional, prosseguiu Vuma, sem referir como é que a CTA chegou àquela cifra preliminar paga em resgates.
Maputo e capitais provinciais têm sido palco de raptos desde 2020, visando principalmente empresários ou seus familiares.
Segundo números oficiais, Moçambique registou 13 raptos em 2022 e 33 detenções ligadas aos crimes, mas estima-se que haja casos que não sejam devidamente reportados.
A procuradora-geral da República, Beatriz Buchili, referiu no último ano que "alguns" agentes da polícia, investigadores, advogados e magistrados são suspeitos de envolvimento nos raptos, acrescentando nalguns casos há ramificações com a África do Sul.
A magistrada disse que há vítimas "constantemente chantageadas", mesmo depois de libertadas, para pagarem quantias em dinheiro por forma a garantir que não voltam a ser raptadas.
Já em janeiro deste ano, o diretor-geral do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) admitiu em entrevista à Agência de Informação de Moçambique (AIM) o envolvimento de funcionários da administração da justiça nos casos de sequestro que ocorrem no país.
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