Wall Street fecha em alta com investidores aliviados e em busca de saldos
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em alta, com os investidores animados em busca de bons negócios, em contexto de alívio ao fim de 10 dias de turbulência na banca, mesmo que ainda permaneça a incerteza sobre a resolução da crise.
© Lusa
Economia Wall Street
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average valorizou 1,20%, o tecnológico Nasdaq avançou 0,39% e o alargado S&P500 progrediu 0,89%.
Ao fim de várias intervenções massivas para tranquilizar os depositantes dos bancos norte-americanos e do anúncio, no domingo, da compra do Credit Suisse pelo seu rival UBS, Wall Street abordou a sessão de hoje com os nervos menos tensos.
"Em 2008, tivemos o Lehman (Brothers), que não encontrou comprador e causou uma queda" dos mercados, recordou Andy Kapyrin, da Regent Atlantic. "Esta vez, não tivemos [uma queda]. E penso que os investidores suspiram de alívio com a ideia de nada de mais grave ter ocorrido", acrescentou.
Hoje, o índice VIX, o designado 'índice do medo', que mede a volatilidade do mercado, baixou nitidamente.
Em queda livre na semana passada, os rendimentos obrigacionistas recuperaram, graças ao regresso progressivo dos investidores pelo risco. Este estiveram vendedores dos títulos da dívida pública federal, ativos considerados seguros, o que fez baixar o seu preço e subir os seus rendimentos uma vez que estas variáveis evoluem em sentido oposto.
Assim, o rendimento das obrigações do Tesouro a dois anos, mais volátil do que o do título a 10 anos, subiu para 3,96%, dos 3,83% no fecho de sexta-feira.
Mas nem tudo está em alta, com o First Republic a viver outro dia problemático, que acabou com uma queda 47,11%, sendo mesmo considerado o elo mais fraco do sistema bancário os EUA neste momento.
"É demasiado cedo para dizer que está tudo resolvido", preveniu Andy Kapyrin. "As pessoas vão continuar inquietas até que tudo isto esteja bem lá para trás de nós", disse.
Mas hoje "o mercado ofereceu oportunidades, com as valorizações mais fracas", avançou.
Com exceção do First Republic, as compras em saldo incidiram, desde logo, sobre os títulos dos bancos.
Entre os estabelecimentos regionais mais procurados, destacaram-se o First Citizens, baseado em Raleigh, no Estado da Carolina do Norte, que ganhou 10,47%, o Fifth Third, de Cincinnati, no Ohio, que valorizou 5,05%, e o californiano PacWest (+10,78%).
O quase desconhecido New York Community Bancorp (NYCB) viu a sua cotação 'disparar', com uma subida de 31,65%, depois do anúncio, feito no domingo, de que ia ficar com parte da carteira de créditos e depósitos do concorrente Signature Bank, que está em processo de falência.
O movimento também beneficiou alguns dos grandes nomes do setor, como o JPMorgan Chase (+1,06%) e o Goldman Sachs (+1,93%).
Fora estas compras de ocasião, a praça bolsista esteve na expectativa, porque "a incerteza continua quanto a saber se as turbulências do setor bancário vão influenciar a decisão da Fed [o banco central dos EUA], na quarta-feira", comentaram, em nota analítica, os economistas da Schwab.
Os operadores de mercado estão à espera de uma subida da taxa de juro de referência em 25 pontos-base e não excluem outra subida equivalente em maio.
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