"Nós vamos acelerar o desenvolvimento das energias renováveis, que devem triplicar a sua capacidade até 2030 e dobrar novamente até 2040", declarou Sultan Ahmed al-Jaber, durante o Diálogo Climático de Petersberg, que acontece na Alemanha.
Este objetivo já tinha sido definido pelo responsável da COP28 em meados de abril durante uma reunião do G7 em Saporo, no Japão.
A Agência Internacional de Energia (IEA), que também apoia este objetivo, estimou num relatório recente que o aumento da capacidade de energia renovável tem de triplicar até 2030 em comparação aos níveis de 2022. Ou seja, desenvolver globalmente cerca de 1.200 GW por ano, de acordo com a IEA.
O presidente da COP28 não mencionou a interrupção do uso de combustíveis fósseis, concentrando-se na redução das emissões [de CO2], principalmente através de tecnologias de captura de carbono.
"Devemos concentrar-nos na eliminação gradual das emissões de combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que devemos implementar alternativas viáveis e acessíveis sem carbono", disse o presidente da COP28 na terça-feira em Berlim.
Al-Jaber disse "esperar compromissos ambiciosos, transparentes e responsáveis dos países e empresas que moldarão as políticas dos parlamentos e orçamentos" durante a COP28, que acontecerá entre novembro e dezembro no Dubai.
Num resumo recente do seu trabalho, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC/ONU) alertou que o mundo pode ultrapassar o limite de aquecimento global de 1,5 grau Celsius em cerca de uma década.
Estes especialistas da ONU pediram reduções dramáticas nas emissões que favorecem o aquecimento global, com uma transformação particularmente rápida e necessária no campo da energia.
Sultan Ahmed al-Jaber também defendeu uma reforma do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para permitir "desbloquear muito mais financiamento, mitigar riscos e atrair mais capital privado".
O presidente da COP28 pediu aos países desenvolvidos que libertem anualmente os 100 mil milhões de dólares (91,3 mil milhões de euros) prometidos aos países em desenvolvimento para enfrentar o aquecimento global. Uma promessa que data de 2009 e que inicialmente deveria ser cumprida a partir de 2020.
"Isto está a atrasar o progresso. Como parte das minhas ações de sensibilização, peço aos países doadores que forneçam uma avaliação do cumprimento deste compromisso antes da COP28", disse al-Jaber.
A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, manifestou-se otimista em relação aos temas da conferência.
"A boa notícia é que estamos prestes a atingir esta soma de 100 mil milhões de dólares neste ano", garantiu a ministra alemã.
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