Europa é "vulnerável" apesar dos bancos parecerem "sólidos", diz FMI
O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, afirmou hoje, em Paris, que a Europa é "vulnerável", apesar dos seus bancos parecerem "sólidos".
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"A Europa é vulnerável porque a união bancária não está completa", afirmou Pierre-Olivier Gourinchas, em Paris, num encontro organizado pela Associação de Jornalistas de Economia e Finanças (Ajef) e depois de nos últimos meses vários bancos regionais norte-americanos terem falido.
"Ainda não temos uma união de depósitos: isso significa que a França é responsável pelos seus próprios bancos, a Alemanha é responsável pelos seus próprios bancos, se houver um choque em termos de garantias de depósitos", explicou Gourinchas.
No entanto, "temos o direito de nos interrogarmos sobre a capacidade dos países (europeus) para tomarem conta dos seus próprios bancos se alguma vez ocorrer um grande choque bancário", como fizeram as autoridades norte-americanas após as falências do Silicon Valley Bank, do Signature Bank ou do First Republic.
As margens financeiras dos governos europeus para salvar os bancos em situação de falência são limitadas, depois das grandes despesas públicas efetuadas desde a pandemia de covid-19.
O FMI "está um pouco preocupado com esta instabilidade bancária, porque quando os investidores ficam nervosos com as instituições financeiras, há sempre a possibilidade de movimentos de mercado que não são bem controlados", disse Gourinchas.
No entanto, os bancos europeus têm "maiores reservas de capital" do que os seus homólogos norte-americanos e foram submetidos a testes de resistência "mais rigorosos" do que nos Estados Unidos, garantiu.
"Na zona euro, não tivemos nenhum grande banco em dificuldades", disse, à exceção do Credit Suisse, "um banco que está em dificuldades há muito tempo".
A Europa "tem bancos mais fortes, mas menos instrumentos (do que os Estados Unidos) para responder" às suas eventuais dificuldades, salientou o economista.
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