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Gastos com dentistas e medicamentos 'pesam' na carteira das famílias?

As despesas com cuidados dentários e medicamentos representavam um "encargo financeiro pesado para cerca de metade das famílias" em 2022, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo INE.

Gastos com dentistas e medicamentos 'pesam' na carteira das famílias?
Notícias ao Minuto

11:18 - 19/05/23 por Notícias ao Minuto

Economia finanças pessoais

"Em 2022, 45,8% das famílias avaliavam as despesas com cuidados médicos como um encargo algo pesado ou muito pesado, 49,7% no caso dos medicamentos e 51,7% no caso dos cuidados dentários, apesar da diminuição destas proporções em relação a 2017: respetivamente, 48,4%, 54,5% e 54,7%, com destaque para os encargos financeiros com medicamentos", pode ler-se no comunicado do INE.

A avaliação negativa do peso dos encargos financeiros com os cuidados de saúde é "maior no caso das famílias em risco de pobreza, sobretudo para os cuidados dentários (59,4% de famílias em risco de pobreza) e para os medicamentos (61,6% de famílias em risco de pobreza)". 

De acordo com os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2022, 75,5% da população com 16 ou mais anos consultou um médico de clínica geral nos 12 meses anteriores à entrevista (menos 5,8 p.p.do que em 2017).

Em 2022, apenas 57,4% referiram ter consultado um médico dentista ou ortodontista no mesmo período, o que reflete, todavia, uma melhoria em relação a 2017 (53,4%).

Foram ainda 52,5% os que consultaram médicos de outras especialidades (exceto dentistas e ortodontistas e medicina geral e familiar) nos 12 meses anteriores à entrevista, proporção ligeiramente inferior à estimada para 2017 (53,1%).

As mulheres referiram ter tido mais consultas médicas e com maior frequência do que os homens, com proporções de 80,6% de consultas de medicina geral, 59,7% de consultas com cuidados dentários e 57,8% com outros especialistas, e com 69,8%, 54,8% e 46,6%, respetivamente, para os homens.

Não existem diferenças substanciais no acesso às consultas de clínica geral entre a população em risco de pobreza e a restante população, mas mais de metade da população que vivia em situação de risco de pobreza não fez qualquer consulta de saúde oral ou de outras especialidades médicas nos 12 meses anteriores à data da entrevista.

De acordo com o mesmo inquérito, mais de metade da população adulta tinha excesso de peso (37,3%) ou obesidade (15,9%); 80,2% consumiam fruta diariamente; 63,3% consumiam saladas ou legumes pelo menos uma vez por dia e quase metade das pessoas praticavam exercício físico de forma regular pelo menos uma vez por semana.

O consumo diário de tabaco foi indicado por 14,1% da população.

Em 2022, 4,1% da população residente em Portugal encontrava-se em situação de insegurança alimentar moderada e/ou grave, valor ligeiramente inferior ao valor obtido para 2021 (4,3%) e para 2019 (4,7%).

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