Em entrevista à Lusa, quando questionado sobre ponto de situação de eventuais negociações após o esclarecimento das duas empresas ao mercado em março, Pedro Morais Leitão afirmou não saber responder, "porque depende tudo da Cofina".
"Se eu me sento com a Cofina? Não, não me sentei com a Cofina nunca. Desde que entrei aqui nunca me sentei com a Cofina", afirma o gestor, que cumpre um ano na liderança executiva da Media Capital em julho.
Em 02 de março, às 22:34, o jornal Observador escreveu 'Media Capital, dona da TVI, em negociações para comprar Cofina, que detém Correio da Manhã'. A notícia levou no dia seguinte a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a determinar a suspensão das ações da Cofina e da Media Capital, "aguardando informação relevante ao mercado".
Em 03 de março, a Media Capital, que tem Mário Ferreira como presidente do Conselho de Administração, informou, então, que estava "atenta e disponível para analisar oportunidades de negócio", mas quanto à aquisição da Cofina ou de ativos do grupo de Paulo Fernandes que "nada" existia "de relevante".
E sobre uma eventual consolidação do setor, também Pedro Morais Leitão voltou agora a dizer que, "não sendo imprescindível", a Media Capital "não se pode imiscuir dela".
Ainda em 02 de março, antes, também a Cofina já tinha prestado esclarecimentos, depois do pedido da CMVM. A dona do Correio da Manhã e liderada por Paulo Fernandes esclareceu que", pela sua natureza de sociedade gestora de participações sociais, avalia em permanência todas as oportunidades de negócio que possam valorizar os seus ativos, numa perspetiva de compra ou de venda".
O grupo disse que tinham sido "realizadas abordagens preliminares por diversos assessores externos, com vista a encetar possíveis negociações, que estão a ser objeto de análise pela sociedade, sem que haja, na presente data, qualquer decisão ou conversações, entre a Cofina e, nomeadamente, a Media Capital ou os seus acionistas, relacionadas com a matéria da referida notícia".
Esclarecimentos que as declarações agora do CEO da Media Capital corroboram.
"Até haver um sim do lado da Cofina para nós é um tema abstrato (...) Até hoje eu não vi um papel assinado pela Cofina", sublinha Pedro Morais Leitão.
A notícia de compra ou de combinação de negócios entre as duas empresas em março aconteceu em véspera de se cumprir três anos do anúncio da desistência da Cofina em comprar a TVI após falhar a operação de aumento de capital (11 de março de 2020), o que ditou um destino diferente para a Media Capital, com Mário Ferreira a tornar-se acionista de referência.
Entretanto, em 14 de maio de 2020, Mário Ferreira entrou na estrutura acionista da Media Capital através da Pluris Investments, com 30,22%, prometendo trazer novo 'fôlego' à dona da TVI.
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