Afinal, a linha circular do Metropolitano de Lisboa poderá vir a ser reconsiderada pelo Executivo. Numa audiência solicitada pelo presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Ricardo Mexia, na qual também esteve presente o presidente da Câmara de Lisboa, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, terá mostrado “disponibilidade para rever” o projeto, perante as críticas e os constrangimentos apresentados.
“O senhor ministro manifestou disponibilidade para rever aquilo que é a solução definitiva, ou seja, aquilo que ao longo do tempo temos defendido, que a solução linha circular não é uma boa solução para a cidade, nomeadamente para os cidadãos da maior freguesia, que é o Lumiar”, revelou o presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, em declarações à CNN Portugal.
De acordo com o responsável, as obras geraram “um caos enorme na freguesia, que acaba por ser uma amostra daquilo que vai acontecer se a solução da linha circular for implementada”.
Face ao caos reportado pelos utilizadores no arranque das obras, o Metropolitano de Lisboa anunciou “mais um conjunto de medidas para mitigar os constrangimentos causados com o encerramento provisório da estação Telheiras e do troço Campo Grande/ Cidade Universitária”, entre elas a retoma da circulação de comboios com seis carruagens na linha Verde, no dia 20 de junho. Esta data pode ser, contudo, antecipada, “caso existam condições operacionais para o efeito”.
“Início da circulação de comboios com quatro carruagens no troço Odivelas/Campo Grande da linha Amarela, no dia 20 de junho”, o “reforço de equipas com pessoal próprio e com recurso a vigilantes na estação do Campo Grande e noutras que se justifiquem, para ajudar a circulação das pessoas para a entrada e saída dos passageiros das composições” e ainda um serviço de autocarro em modo "vaivém" entre Telheiras e Cidade Universitária, com paragem no Campo Grande, foram outras das medidas apresentadas.
De notar que a circulação entre Telheiras e Campo Grande (linha Verde) e entre Campo Grande e Cidade Universitária (linha Amarela) vai estar interrompida até 7 de julho, devido às obras de expansão daquelas linhas.
As obras em três linhas do Metropolitano de Lisboa vão custar mais 222,8 milhões de euros do que a estimativa inicial, aumento justificado com a subida de preços, segundo duas resoluções publicadas em Diário da República.
Em causa está a expansão da linha Vermelha, orçada em novembro de 2020 em 304 milhões de euros, valor revisto agora para 405,4 milhões de euros, e o prolongamento das linhas Amarela e Verde, tendo em vista a construção de uma linha circular, com um investimento previsto, em 2018, de 210 milhões de euros, mas que entretanto subiu para 331,4 milhões de euros.
Com inauguração prevista em 2024, a nova linha circular, que ligará a estação do Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais dois quilómetros de rede, criará um anel circular no centro de Lisboa, e interfaces que conjugam e integram vários modos de transporte.
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