Banco cabo-verdiano participado pelo Novo Banco com novo lucro recorde
Os lucros do iib Cabo Verde, liderado pelo grupo iib do Bahrain e participado em 10% pelo Novo Banco português, aumentaram 28,5% em 2022, para quase quatro milhões de euros, renovando o melhor resultado da sua história.
© Lusa
Economia iib
De acordo com informação avançada hoje à Lusa por fonte do International Investment Bank Cabo Verde (iibCV) relativamente às contas de 2022, o banco fechou o ano com um crescimento de 22,5% no total de ativos, ultrapassando os 333,5 milhões de euros, os recursos de clientes (depósitos) cresceram 18,7%, para quase 162 milhões de euros, e o capital próprio cresceu quatro milhões de euros (25,3%) num ano, para 20,3 milhões de euros.
"O ano de 2022 constituiu um exercício de excelência para o iibCV, na medida em que registou um crescimento significativo do balanço, tendo sido o melhor ano em termos de resultado, sem que tenha incorporado um aumento significativo de ativos ponderados pelo risco, ao mesmo tempo que foi possível aumentar a rendibilidade da operação de forma expressiva", justifica a mesma fonte.
No final de 2022, o banco somou um resultado líquido do exercício de 433,1 milhões de escudos (mais de 3,9 milhões de euros), além de ter apresentado uma "melhoria da qualidade dos ativos", com 1,03% de crédito malparado sobre o total concedido (NPL) - que foi de 1,47% em 2021 e 2,49% em 2020 -, com imparidades suficientes para "cobrir 122% dos NPL".
O crédito concedido pelo iibCV cresceu 33,7% em 2022, também para um novo máximo, equivalente a cerca de 66,7 milhões de euros.
"Os indicadores de eficiência, de rendibilidade e de solvabilidade refletem uma estrutura de operação meritoriamente sólida, o que consubstancia um conforto, especialmente valorizado por todos os nossos 'stakeholders', dada a fase de incerteza e elevado risco percecionado que o contexto nos apresenta", lê-se na mesma informação.
O iibCV já tinha fechado 2021 com um resultado líquido recorde superior a 337,1 milhões de escudos (três milhões de euros), que aumentou 28,5% em 2022. Este desempenho comparou então com os lucros de 190,3 milhões de escudos (1,7 milhões de euros) em 2020, de 147,2 milhões de escudos (1,3 milhões de euros) em 2019 e os prejuízos de 270,8 milhões de escudos (-2,4 milhões de euros) em 2018 e de 55,9 milhões de escudos (-503 mil euros) em 2017.
"2022 marca o segundo ano consecutivo em que o iibCV alcança a melhor performance da sua história, refletido nos resultados e nas suas conquistas", destaca ainda o banco.
Entre outros indicadores, o iibCV refere que o rácio de solvência manteve-se "estável" em 2022, em torno de 36%, e o produto bancário cresceu 8%, para 7,1 milhões de euros.
O iibCV, até 2019 designado por Banco Internacional de Cabo Verde (BICV) e antes Banco Espírito Santo Cabo Verde, iniciou a atividade em julho de 2010 e até meados de 2018 foi integralmente detido pelo Novo Banco de Portugal.
Em 11 de julho de 2018, após aprovação das entidades de supervisão, 90% das ações representativas do capital social foram adquiridas pelo iiB Group Holdings WLL (iibGroup), com sede no reino de Bahrain, que tem como objetivo adquirir e administrar ativos bancários no Oriente Médio e em África.
A mudança de marca de BICV para iibCV só foi concluída em meados de 2019, com o Novo Banco (através do Novo Banco África) a manter-se como parte da estrutura acionista, com uma participação minoritária de 10%.
Com um capital social de 1.433 milhões de escudos (13 milhões de euros), o iibCV tem atualmente presença física nas ilhas de Santiago, São Vicente e do Sal e conta com 46 trabalhadores.
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