Numa entrevista ao jornal Público, o diretor-geral, Thomas Hegel Gunther, explicou que a produção deste novo veículo, um híbrido, começará em 2025.
"O nosso plano para o futuro inclui um veículo novo, que terá o seu lançamento no final 2025. Será um veículo que vamos produzir aqui, eletrificado. Será um híbrido e acredito que terá grandes hipóteses de ser de grande sucesso", afirmou o gestor.
Questionado sobre se esta produção significa um acrescento à produção do modelo T-Roc nas linhas atuais ou se vai acrescentar linhas para garantir os dois modelos, Gunther respondeu: "O novo modelo irá substituir a produção do atual. Vamos modificar coisas na fábrica, com investimento novo".
Sobre se esta decisão significa que o atual T-Roc passa a ser produzido noutro sítio, o gestor lembrou que este modelo é atualmente produzido em Portugal e na China e que na Autoeuropa se passará apenas a produzir o novo modelo.
O Público escreve ainda que não é claro se será uma versão híbrida (motor de combustão mais bateria elétrica) do único modelo que aquela unidade está a produzir - o T-Roc -, ou se será outro, explicando que a marca registou o nome comercial ID.Roc, o que gerou a especulação de um sucessor totalmente elétrico, algo que a marca não confirma.
No mês passado, os trabalhadores da fábrica de Palmela exigiram a adoção de medidas para fazer face à "falta de pessoal e sobrecarga de trabalho nas linhas de produção" com a administração a garantir que encontrará um caminho para resolver essas questões.
Questionado pelo Púbico, o gestor explicou: "Temos uma situação diferente da do ano passado. Deixámos de produzir os [modelos] Volkswagen Sharan e o Seat Alambra e conseguimos concentrar-nos a 100% em produzir o T-Roc", acrescentando: "produzir um T-Roc custa aproximadamente menos 40% de tempo do que um Sharan".
"Consequentemente, é normal realocarmos as tarefas na linha de produção. Foi isso que aconteceu, envolvendo muitos colaboradores", afirmou.
O gestor adiantou que a situação atual "permite produzir mais [automóveis] T-Roc com a mesma equipa" e insistiu: "É importante que consigamos manter as quatro equipas e as 5.000 pessoas que temos na nossa fábrica".
O gestor, nascido no Brasil, mas com raízes alemãs, chegou a Portugal no final de 2021, quando a Autoeuropa fez 30 anos. No ano passado, perante os trabalhadores, no último acordo de empresa, assumiu que trabalharia para garantir um novo modelo para a fábrica portuguesa.
A marca germânica vai gastar 600 milhões no novo modelo, na modernização e na descarbonização. São mais 20% do que os 500 milhões anunciados há ano e meio.
No final da atual década, vai ser preciso decidir onde fazer novos investimentos para novos modelos. Espanha já ficou com elétricos e uma fábrica de baterias, mas Gunther garante que Portugal continua relevante.
"Vamos investir o que for necessário e o que acharmos certo para continuar a fazer o que fazemos bem: produzir carros em Portugal", garantiu.
Leia Também: Trabalhadores da Autoeuropa pedem redução da sobrecarga de trabalho