O economista João Duque disse esta segunda-feira que compreende a decisão do Governo de lançar uma nova série de certificados de aforro, justificando que com a elevada procura o Estado estaria a ficar com dinheiro que não teria onde aplicar.
"Compreendo a atitude do secretário de Estado, do Governo, ao anunciar uma redução desta taxa [de juro dos cerificados de aforro], porque estava a desiquilibrar de forma muito rápida e em excesso, a canalizar para o Estado em excesso poupança de portugueses que o Estado não tem necessidade e que não conseguia fazer uma aplicação adequada", disse o economista, em declarações à SIC Notícias.
O economista explicou que "tendo em conta que o défice está controlado e não há necessidade de tesouraria com este volume, até porque as receitas do Estado por via dos impostos estão a correr muito bem, significa que o Estado está a ficar com dinheiro que não sabe onde vai aplicar".
Relativamente à rentabilidade, João Duque diz que "o que as pessoas têm de fazer é comparar" os vários produtos financeiros, revelando que há "bancos mais pequeninos [que] estão a oferecer" taxas melhores.
Contudo, considera que os certificados de aforro ainda são um produto atrativo: "Ainda são, a meu ver, atrativos".
Uma nova série de certificados de aforro, a F, começa hoje a ser comercializada, oferecendo uma taxa de juro base bruta de 2,5%, depois da suspensão da série E, que levou a oposição a tecer várias críticas.
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