Na atualização das previsões económicas divulgada hoje, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) assinala que, após um crescimento global fraco em 2022, há sinais de melhora em 2023, ainda que considere que "a recuperação continua frágil".
A projeção do crescimento global para este ano hoje divulgada revê em alta de 0,1 ponto percentuais (p.p.) face ao relatório intercalar de março, mantendo-se a previsão para 2024.
A OCDE assinala que preços de energias mais baixos estão a contribuir para a redução da inflação, o que permite aliviar as tensões nos orçamentos e os sentimentos de negócio e do consumidor estão a recuperar de níveis baixos e a reabertura total da China antes do esperado impulsionou a atividade global.
Ao mesmo tempo, salienta, a inflação 'core' está a revelar-se persistente, refletindo lucros mais altos em alguns setores e pressões de custos ainda elevadas em mercados de trabalho resilientes.
A subida das taxas de juro também influencia o cenário macroeconómico, já que o seu impacto está a ser cada vez mais sentido, principalmente nos mercados imobiliário e financeiro.
Alerta ainda para que sinais de 'stress' "começaram a aparecer em alguns segmentos do mercado financeiro, à medida que os investidores reavaliam os riscos e as condições de crédito estão a ficar mais rígidas.
Para a OCDE, a política monetária restritiva irá restringir o crescimento da procura durante algum tempo, com todos os efeitos do aperto da política em 2022 só a aparecer no final deste ano ou no início de 2024.
A inflação anual dos preços ao consumidor nas economias do G20 é projetada para cair de 7,8% em 2022 para 6,1% em 2023 e 4,7% em 2024.
A OCDE refere, contudo, que "a incerteza significativa sobre as perspetivas económicas se mantém", sendo a inflação poder continuar a ser mais persistente do que o esperado uma das principais preocupações.
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