“A análise da evolução das exportações portuguesas de bens para os três principais mercados de destino (Espanha, França e Alemanha) revela que, em 2022, as exportações nacionais para estes três mercados apresentaram menor dinamismo, indiciando perdas de quota de mercado, enquanto as importações nacionais cresceram mais do que as exportações totais desses países”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) numa análise do comércio internacional de bens em Portugal no contexto da União Europeia e da zona euro.
De acordo com o instituto estatístico, no ano passado, e em conjunto com os Estados Unidos, os mercados de Espanha, França e Alemanha concentraram mais de metade das exportações nacionais - 55,8% - o que representa um recuo de 0,7 pontos percentuais face a 2021.
Segundo refere, “este resultado contrasta com 2019, ano em que as exportações nacionais para estes três países registaram um dinamismo significativo, tendo crescido em média três vezes mais do que o total das importações destes parceiros”.
Em 2022, crescimento das exportações portuguesas para Espanha foi menor do que o acréscimo das importações totais daquele país (+19,7% e +32,0%, respetivamente), tendo sido “mais notório” nos veículos e outro material de transporte, com uma variação de +3,2%, enquanto o total das importações espanholas correspondentes aumentou 23,9%.
Quanto às variações das exportações nacionais para França (+16,0%) e Alemanha (+21,4%), também foram inferiores às variações das importações totais destes parceiros (+28,6% e +24,2%, respetivamente).
Já no que se refere às importações, os principais fornecedores de bens a Portugal - Espanha, Alemanha e França - representaram, no seu conjunto, quase metade (49,3%) das importações nacionais em 2022 (-2,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior).
Em 2022, as importações provenientes de Espanha aumentaram 28,4%, enquanto as exportações totais deste país cresceram 23,7%.
Segundo o INE, “esta evolução deveu-se, principalmente, aos produtos agrícolas, cujas importações nacionais provenientes de Espanha aumentaram 25,6%, enquanto as exportações totais destes produtos por aquele país aumentaram 12,3%”, num comportamento que se vem mantendo nos últimos cinco anos.
Também as importações de bens provenientes da Alemanha cresceram mais do que as exportações totais daquele país (+18,0% e +13,8%, respetivamente), destacando-se, nesta evolução, a categoria de veículos e outro material de transporte, cujas importações provenientes da Alemanha aumentaram 44,0%, enquanto as exportações totais da Alemanha deste grupo cresceram 13,3%.
No que se refere às importações de bens provenientes de França, aumentaram 19,4%, um acréscimo também mais significativo que o verificado nas exportações totais daquele país (+18,6%), ao contrário do que se verificou nos dois anos anteriores.
No ano passado, o INE destaca que as exportações portuguesas de bens atingiram o valor total “mais elevado de sempre das estatísticas do comércio internacional”, somando 78.207 milhões de euros e aumentando 22,9% face ao ano anterior e 30,6% face a 2019, após uma subida homóloga de 18,3% em 2021.
As exportações para países intra-UE aumentaram 21,0% face ao ano anterior (+9.568 milhões de euros) e as exportações para os países extra-UE cresceram 27,7% (+5 021 milhões de euros). Em 2021, tinham-se registado acréscimos de 18,6% e 17,7%, respetivamente.
Quanto às exportações para o conjunto dos países pertencentes à zona euro, cresceram 21,2% em 2022 (+18,7% em 2021), tendo-se registado igualmente um aumento nas exportações para o conjunto dos restantes países da UE (+19,1%, +17,2% em 2021).
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