Angola quer 70% da matriz energética do país com base renovável até 2025
Angola quer que as energias renováveis representem mais de 70% da matriz energética do país até 2025, estimando-se uma contribuição para a redução em 14% das emissões de dióxido de carbono até 2030.
© Lusa
Economia Renováveis
Os dados foram avançados pelo ministro da Energia e Águas, João Batista Borges, no Fórum de Energia e Ambiente do semanário económico Expansão.
"A transição energética precisa de ser entendida não como um fardo imposto às pessoas mais vulneráveis, mas como uma grande oportunidade para melhorar os meios de subsistência em todo o continente africano", disse, citando o desenvolvimento de novas indústrias e oportunidades de emprego como aspetos positivos.
Sublinhou que, apesar dos receios de que a transição energética em países produtores de petróleo, como é o caso de Angola, leve à perda de empregos no setor energético, em particular na indústria de combustíveis fosseis não é inevitável que isso conduza ao aumento do desemprego, pois os setores relacionados com a transição energética vão compensar essas perdas e fornecer alternativas de emprego.
Em Angola -- país onde o petróleo e gás correspondem a um terço do produto interno bruto e representam 90% das exportações -- surgem também oportunidades a partir deste "movimento estratégico", notou, em particular o desenvolvimento de um novo setor de energia renovável e aumento das taxas de eletrificação.
Segundo o governante, os planos para este setor incluem o investimento em energia hidroelétrica que "tem o potencial para ser uma fonte chave de energia em Angola", já que se estima que representa a maior fatia da matriz energética nacional até 2027, tendo em conta a construção do empreendimento de Caculo Cabaça.
O ministro apontou ainda o desenvolvimento da capacidade instalada de energia solar e do gás, nomeadamente através da capacidade instalada da central de ciclo combinado do Soyo e uma nova central no Namibe.
Está também projetada a construção de um parque eólico na região do Tombua, com cerca de 100 megawatts, bem como outros seis parques mais pequenos no planalto central.
O processo de transição energética integra também uma reforma no quadro regulamentar e legal em termos da regulamentação da microgeração, por exemplo "que vai fazer surgir inúmeros pequenos produtores domésticos" que passarão a vender o excedente da produção ao sistema público.
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