"Pensamos que, depois desta guerra, quando os nossos parceiros, quando a Ucrânia utilizar os ativos russos confiscados e os investir na recuperação da Ucrânia, isso fará aumentar o nosso PIB, a nossa economia, várias vezes por ano", afirmou numa conferência de imprensa no final da Conferência Internacional sobre a Recuperação da Ucrânia (URC 2023) em Londres, que termina hoje.
Shmyhal adiantou que o Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer "sete, oito, talvez 10% depois da guerra, se e quando criarmos condições adequadas para o investimento, para as empresas, que apresentámos durante esta conferência".
No entanto, alertou, durante a guerra "é tremendamente difícil encontrar números e prognósticos corretos, e fazêmo-lo em condições de um futuro pouco conhecido".
"Agora estamos a formar a nossa visão sobre a forma como o nosso país se deve desenvolver e estamos a definir os contornos do nosso desenvolvimento futuro e as nossas visões. Depois desta guerra, quando os nossos parceiros e a Ucrânia utilizarem os ativos russos confiscados e os investir na recuperação da Ucrânia, isso fará aumentar o nosso PIB, a nossa economia, várias vezes por ano", afirmou.
O Banco Mundial calculou em março que o custo da reconstrução da Ucrânia em 10 anos ascendia a 411 mil milhões de dólares (cerca de 376 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual), mas o chefe do Governo disse que este valor não é final.
"Esta é uma estimativa para os territórios sob controlo ucraniano. Penso que, após deliberação, em todos os territórios ucranianos, este montante será o dobro", vincou Shmyhal hoje.
No curto prazo, a mesma instituição estimou que as necessidades de investimento da Ucrânia em 2023 ascendam a cerca de 14 mil milhões de dólares (12,81 mil milhões de euros) para a reconstrução crítica e prioritária, bem como investimentos de recuperação.
O primeiro-ministro ucraniano manifestou-se confiante de que os 6,5 mil milhões de dólares em falta (seis mil milhões de euros) terá sido angariado durante a conferência, embora as contas ainda tenham de ser feitas.
"Tenho a certeza de que, no futuro próximo, após esta conferência, recolheremos todo o dinheiro necessário e investi-lo-emos nas necessidades de recuperação rápida da Ucrânia", garantiu.
As necessidades de recuperação urgente são o setor energético, a desminagem de mais de 174 mil quilómetros quadrados afetados, a reparação de habitações destruídas pelos bombardeamentos, a reparação de infraestruturas críticas e o apoio económico às pequenas e médias empresas.
A Conferência Internacional sobre a Recuperação da Ucrânia (URC 2023), que começou na quarta-feira e encerra hoje em Londres, procurou angariar donativos e apoio para a reconstrução da país na sequência da invasão militar da Rússia iniciada em 2022.
A URC 2023 contou com mais de mil participantes inscritos de pelo menos 60 países, dos quais cerca de 40 a nível ministerial, bem como líderes de organizações internacionais, representantes da sociedade civil e dirigentes empresariais.
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