Numa entrevista à BBC, Rishi Sunak foi questionado sobre a última medida do Comité de Política Monetária do Banco de Inglaterra, que anunciou, na quinta-feira, um aumento de meio ponto nas taxas de juro para o nível mais elevado desde 2008.
"Acredito que o historial do Banco de Inglaterra, incluindo o do governador [Andrew Bailey], durante um longo período de tempo, tem sido apoiado por uma gestão adequada da inflação e as pessoas devem estar confiantes de que esta descerá para o objetivo [de 2%]", indicou.
O primeiro-ministro britânico reiterou que o banco tem o seu "apoio total" e frisou que "não há alternativa à redução da inflação", que se encontra em "níveis historicamente elevados", de acordo com a Agência de Estatísticas Nacionais (ONS, sigla em inglês).
O presidente do Conselho de Administração admitiu que a decisão de aumentar as taxas de juro foi difícil e "pouco popular", embora tenha dito que "é a coisa certa para o país a longo prazo".
"Nunca disse que não ia ser difícil, mas quero garantir às pessoas que temos um plano, que o plano vai funcionar e que vamos ultrapassar isto", referiu Sunak, reiterando que "as taxas de juro são uma consequência da inflação elevada".
Neste sentido, o líder do partido conservador deu ainda nota de que "devemos ter muito claro que o que prejudica os cidadãos, o que causa desafios na sua vida quotidiana e nos seus orçamentos, é a inflação".
Considerando os últimos indicadores económicos, os analistas previram que as taxas atingiriam 6% no início de 2024 -- que seria o nível mais alto das duas últimas décadas - o que, por sua vez, desencadeou receios quanto às consequências do aumento do custo das hipotecas no país.
O Instituto de Estudos Fiscais do Reino Unido (IFS), um influente grupo de reflexão britânico, alertou para o facto de o aumento das taxas de juro poderem fazer com que cerca de 1,4 milhões de britânicos, com hipotecas, percam 20% do seu rendimento disponível.
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