Inflação? "Continuamos a dançar sobre uma camada de gelo muito fina"
O ministro da Economia defendeu hoje, no parlamento, que, no que concerne à inflação, se continua "a dançar sobre uma camada de gelo muito fina", apesar de em Portugal se registarem descidas e da economia apresentar uma "resposta robusta".
© Global Imagens
Economia Costa Silva
"Continua uma grande incerteza internacional com a guerra na Ucrânia. Continuamos a dançar sobre uma camada de gelo muito fina no que concerne à inflação [...]. Preocupa-nos os índices de recessão técnica, que já existem na Alemanha e podem contagiar os países europeus", afirmou António Costa Silva, que falava na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.
O governante lembrou que, ao nível dos mercados internacionais, verifica-se um alívio nos preços da energia e dos custos das matérias-primas.
Estes fatores, conjugados por interrupções nas cadeias de abastecimento, levaram a aumentos na inflação, apontou.
De acordo com os dados citados pelo ministro, em maio, o barril de Brent custava cerca de 60,9 dólares, uma descida de 10% face ao mês anterior e um recuo de 35% em comparação com o mesmo mês de 2022.
Em 18 de maio, o preço do gás estava abaixo dos 30 euros por megawatt-hora, quando, em 2022, "houve períodos em que esteve 10 vezes acima deste valor".
Por sua vez, o índice de custos das matérias-primas teve uma quebra de 15% no mês passado.
No que diz respeito especificamente a Portugal, António Costa Silva assinalou que a inflação desde há oito meses que está em queda.
"Em outubro passava de 10%, em junho deste ano estava em 3,4%, contra os 4% de maio e 5,7% de março", referiu.
Portugal apresenta assim um crescimento da economia "robusto", que, no primeiro trimestre, foi mesmo "um dos maiores da zona euro".
O também gestor destacou setores como o da saúde, com empresas que exportam para mais de 100 países, que nos primeiros três meses do ano, aumentou as suas exportações em cerca de 15%.
No mesmo sentido, o agroalimentar também viu as suas exportações aumentarem na ordem dos 15%.
"Podemos ter um ano de boa 'performance' da economia portuguesa. Todas as instituições internacionais reviram em alta o crescimento para este ano", concluiu.
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