Sindicato quer proposta trabalhável após 90% de adesão à greve na easyJet

O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) instou hoje a companhia aérea easyJet a apresentar uma proposta "no mínimo trabalhável" aos tripulantes de cabine, em greve desde sexta-feira com adesão de 90%.

Notícia

© Getty Imagens

Lusa
25/07/2023 09:11 ‧ 25/07/2023 por Lusa

Economia

easyJet

"Ninguém faz uma greve de ânimo leve. Lamentamos o transtorno que estamos a causar aos passageiros. É importante que a empresa perceba que com este desgaste não vai a lado nenhum e está a prejudicar todas as partes envolvidas e que apresente uma proposta séria que nós possamos dizer é trabalhável", disse Ricardo Penarróias.

Em declarações à agência Lusa, no último de cinco dias de greve que levou ao cancelamento de centenas de voos e ligações, o presidente SNPVAC lamentou que a empresa "tenha optado por sair da mesa de negociações", garantindo que o sindicato e os trabalhadores estão disponíveis para retomar o diálogo.

"A empresa é que saiu da mesa de negociações. Nós nunca saímos. Esperemos que depois da greve, a empresa apresente uma proposta mais próxima daquilo que pretendemos", referiu.

Ricardo Penarróias considerou que o balanço desta que é a terceira greve em poucos meses dos tripulantes de cabine da easyJet é "positivo com mais de 90% de adesão" o que demonstra "união e resiliência".

"Demonstraram, mais uma vez, que estão unidos e irão até ao fim na luta e na conquista das suas reivindicações que são mais do que legitimas", referiu.

Em causa está, insistiu, "tentar atenuar o fosso salarial e de condições de trabalho em relação a outros tripulantes de outras bases e de outros países".

"Apesar de tudo o que se passou antes e durante a greve, desde ataques até desinformação, esta adesão é muito significativa. A empresa tentou contornar a lei recorrendo a outros tripulantes de outras bases para colmatar os grevistas em Lisboa e no Porto", descreveu Ricardo Penarróias.

O responsável considerou que esta adesão "dá mais força ao sindicato e aos tripulantes de cabine e demonstra que a empresa está errada na sua postura".

"Estamos a falar da terceira greve. É natural que haja um desgaste. Acredito que a empresa esteja a jogar com esse fator. É preciso não esquecer que os tripulantes de cabine vivem muitas variáveis que têm uma parcela muito importante no seu rendimento: se não voam não recebem. Mas eles sabem que estamos a lutar por algo que é justo e que no final o que queremos é chegar a bom porto nas nossas reivindicações", terminou.

Esta é a terceira greve destes trabalhadores no espaço de cerca de três meses.

Os dirigentes sindicais acusam a transportadora de "precarização e discriminação" face aos outros países e exigem aumentos salariais, bem como melhores condições de trabalho.

Na sexta-feira, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, fonte do sindicato indicou que os destinos mais afetados pela paralisação eram Madeira, Londres, Paris, Genebra e Luxemburgo.

Hoje decorre, em Lisboa, no aeroporto Humberto Delgado, um protesto dos tripulantes de cabine.

Nas faixas e cartazes leem-se frases como "Bónus milionários, salários precários" ou "Aviação em expansão, salários é que não".

Leia Também: EasyJet diz que adesão à greve é de 46% e sindicato aponta 90%

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas