Quase 40% dos trabalhadores de empresas sem qualquer promoção em 2022
Quase 40% dos trabalhadores de empresas não foi promovido em 2022, segundo o inquérito às práticas de gestão divulgado pelo INE, sendo que em 45,5% das empresas respondentes, o incentivo à autonomia dos trabalhadores foi a principal prática adotada.
© Lusa
Economia Emprego
"O incentivo à autonomia dos trabalhadores foi a principal prática de gestão de recursos humanos em 2022, levada a cabo por 45,5% das sociedades respondentes", refere a informação hoje divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) com base nos resultados do inquérito às práticas de gestão observadas no ano passado e que atualizam os obtidos no anterior inquérito deste género, que versou sobre 2016.
Estes 45,5% traduzem uma subida de 10,4 pontos percentuais face ao verificado no inquérito anterior, com o estudo a mostrar que, a seguir a este incentivo aos trabalhadores, a aposta na contratação de quadros especialistas surge como a prática de gestão mais referenciada pelas empresas que responderam ao inquérito.
O inquérito mostra, por outro lado, que no ano passado, 38,6% dos trabalhadores com funções de gestão não teve qualquer promoção, enquanto entre os que não têm funções de gestão houve 33,9% que não foram promovidos.
Em ambos os casos, o universo de não promovidos recuou face a 2016, ano em que esta situação abrangeu 51,3% e 44,3% dos trabalhadores, respetivamente.
Por outro lado, quase metade das empresas (48,2%) atribuíram prémios de desempenho aos seus trabalhadores, o que reflete uma subida de 3,3 pontos percentuais face aos resultados registados em 2016.
"Mais de metade das sociedades com pelo menos 20 anos de idade, integradas em grupos económicos e de grande dimensão, atribuíram prémios de desempenho (52,9%, 58,6% e 66,9% respetivamente)", assinala o INE.
A mesma informação destaca ainda o crescimento da percentagem de sociedades jovens e de dimensão micro que atribuíram prémios de desempenho em 2022 e que foi de, respetivamente, mais 4,4 pontos percentuais (p.p.) e mais 6,2 p.p. face a 2016.
O inquérito mostra ainda que a atribuição de prémios de desempenho anuais às pessoas com funções de gestão teve em conta, para 56,5% das sociedades, o desempenho da empresa enquanto para 47,8% das empresas foi feita com base no desempenho individual do trabalhador.
"Já a atribuição de prémios de desempenho aos trabalhadores sem cargos de gestão baseou-se, para a maioria das sociedades (54,7%), no desempenho individual do trabalhador. O desempenho da equipa de trabalho como critério de atribuição de prémios de desempenho foi referido por menos de 35% das sociedades", adianta o INE.
Este inquérito insere-se num conjunto de operações estatísticas que visam disponibilizar informação sobre fatores que, apesar de não terem uma tradução monetária explicita na contabilidade das empresas, acabam por condicionar a sua competitividade, tendo os resultados agora divulgados sido apurados com base em 3.254 respostas válidas.
[Notícia atualizada às 13h46]
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