"Calibrar as políticas monetárias está cada vez mais complexo. Estamos num cruzamento em que a inflação está a cair, com o abrandamento dos choques de fornecimento, mas os efeitos do aperto monetário anterior ainda estão para ser sentidos", disse o economista em Milão.
Panetta considerou que as taxas de juro estão hoje em "território restritivo" e que é necessário alcançar "de forma certa" a desinflação.
"Com as taxas de juro agora hoje em território restritivo, a política monetária precisa de ser calibrada de numa forma que nos permita alcançar o nosso objetivo para a inflação, enquanto evitamos custos desnecessários para a economia", acrescentou Panetta.
O BCE tem aumentado de forma consecutiva as taxas diretoras desde julho do ano passado para controlar a inflação na zona euro. Nos últimos aumentos, em 27 de julho, a subida da taxa de facilidade de depósito passou para 3,75%, a taxa de juro das principais operações de refinanciamento para 4,25% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez para 4,5%.
De acordo com a Bloomberg, os investidores antecipam uma pausa nestas subidas, embora economistas prevejam uma última subida.
Já Panetta afirmou que a melhor forma de atuar não é, por enquanto, clara.
"Em setembro teremos mais dados sobre a inflação, sobre o crescimento. Teremos uma nova ronda de projeções", disse, citado pela Bloomberg, acrescentando que é difícil, por agora, que os responsáveis do BCE se comprometam a fazer ou não uma pausa nas subidas das taxas diretoras.
Os dados relativos à inflação de julho, divulgados esta semana, apontaram um novo abrandamento da taxa de inflação para 5,3% na zona euro.
Panetta, que vai assumir a liderança do banco central italiano em novembro, alerta, a par de vários analistas, para os perigos na zona euro, que cresceu 0,3% no segundo trimestre.
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