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Novos navios elétricos na travessia do Tejo só no 2.º semestre de 2024

O serviço de transporte fluvial entre Lisboa e a margem Sul deverá contar com os novos navios elétricos a partir do segundo semestre de 2024, assegurou a presidente do conselho de administração da Transtejo.

Novos navios elétricos na travessia do Tejo só no 2.º semestre de 2024
Notícias ao Minuto

19:41 - 15/09/23 por Lusa

Economia Transtejo

Em novembro de 2022, o Governo tinha perspetivado ter disponível a maior parte da frota elétrica de navios da Transtejo já durante o ano de 2023.

Numa audição parlamentar realizada na quinta-feira, Alexandra Ferreira de Carvalho explicou aos deputados que, além do desafio de colocar a nova frota operacional (num total de 10) até 2025, a empresa está também a assegurar a operacionalidade da atual frota para que possa ter em funcionamento onze navios em vez dos atuais seis, que não permitem a redundância.

"O segundo semestre de 2024 vai ser uma data muito importante, melhor será que consigamos antecipar essa dada e tenho essa expectativa, mas, antes disso, tenho de prestar serviço público, não posso estar sempre com supressões diárias e prestar um péssimo serviço", disse a responsável, ouvida na Comissão Parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.

Alexandra Ferreira de Carvalho adiantou que os navios são antigos e estão a avariar constantemente, contudo, com a entrada em funcionamento dos cinco que se encontram no estaleiro e que conta ter em funcionamento ainda este ano, consegue assegurar as ligações de forma a não ter tantas supressões como as que têm sido verificadas.

"As condições neste momento não são as melhores porque temos uma frota desajustada e antiga, estão a ser dados passos para a renovação, mas, desde que entrei, em 13 de abril, não tenho nenhum mês em que seja raro um dia sem supressões", disse, adiantando que apenas durante a semana da Jornada Mundial da Juventude o serviço decorreu sem supressões devido ao "grande esforço" de toda a empresa, incluindo das tripulações.

Alexandra Ferreira de Carvalho foi nomeada presidente do Conselho de Administração da Transtejo na sequência da demissão da anterior presidente, Marina Ferreira, após um relatório do Tribunal de Contas (TdC) que acusava a empresa de "faltar à verdade" e de práticas ilegais e irracionais.

Em causa estava a compra de nove baterias, pelo valor de 15,5 milhões de euros (ME), num contrato adicional a um outro contrato já fiscalizado previamente pelo TdC para a aquisição, por 52,4 ME, de dez novos navios com propulsão elétrica a bateria (um deles já com bateria, para testes), para assegurar o serviço público de transporte de passageiros entre as duas margens do Tejo.

Na sequência deste caso foi requerida a sua audição em sede parlamentar pelo Partido Comunista Português, Bloco de Esquerda, Partido Socialista, Iniciativa Liberal e o Partido Social Democrata, assim como da atual presidente, Alexandra Ferreira de Carvalho.

Relativamente aos novos navios elétricos, a responsável da empresa disse que, além do "cegonha branca" que "já cá está com todo o equipamento e com as tripulações em formação desde julho", existe um segundo navio, "em teste ao cais", o terceiro será lançado à água para testes em 04 de maio e o quarto até ao final de setembro.

"Se tudo correr bem, vamos começar no segundo semestre de 2024", disse, adiantando que foi também enviado para o Tribunal de Contas o contrato das baterias.

A presidente do conselho de administração da Transtejo falou ainda de constrangimentos ao nível dos recursos humanos, tendo a empresa perdido 14% dos seus trabalhadores nos últimos 10 anos.

A empresa, explicou, tem 461 trabalhadores, dos quais 213 asseguram a operação, recursos que considera manifestamente insuficientes, pelo que tem previsto para os próximos três anos a contratação de mais 57 pessoas.

A Transtejo é responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro, também no distrito de Setúbal, e o Terreiro do Paço, em Lisboa.

As empresas têm uma administração comum.

Leia Também: Transtejo queria navios elétricos em 2019 "mas quem define é a tutela"

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