Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,31%, o alargado S&P500 recuou 0,3% e o tecnológico Nasdaq, apesar de resistir mais, acabou por fechar em perda de 0,09%.
"O mercado colocou os pêndulos à hora (..) e esta visão de taxas [de juro] mais elevadas durante mais tempo pesa sobre as ações e a sua valorização", comentou Kurt Spieler, da FNBO.
E, contudo, a sessão tinha começado em alta, graças ao que parecia uma reação técnica ao refluxo dos rendimentos obrigacionistas, que tinham atingido níveis elevados.
"À partida, os operadores esperavam que as compras [no mercado acionista] retomassem", avançou Steve Sosnick, da Interactive Brokers. "Depois de duas más sessões, em particular a de ontem [quinta-feira], esperava-se um sobressalto. Mas a dinâmica desvaneceu-se".
A aproximação do fim de semana não ajudou, acrescentou este analista. "Os investidores não querem ficar em posição de comprador", uma vez que a pausa de dois dias pode causar uma reação brutal e incerta na segunda-feira.
As declarações agressivas de uma governadora da Fed, Michelle Bowman, agravaram o ambiente que a Fed tinha criado na quarta-feira. Esta dirigente do banco central disse que esperava uma nova subida da taxa de juro de referência nos próximos meses.
E a presidente do banco da Fed em Boston, Susan Collins, fez-se eco desta antevisão, ao declarar que "uma nova subida não estava claramente afastada".
Os indicadores do dia confirmaram a impressão de uma economia que não perde força, o que é de natureza a levar a Fed a ponderar mais ação contra a inflação.
Nos EUA, o índice compósito PMI, baseado em todos os setores, mostrou uma economia em expansão, ao sair com 50,1 pontos, isto é, acima dos 50, que indicam uma economia estável, mesmo que revelasse um arrefecimento do ritmo.
"O risco aumenta de os ver provocar uma aterragem forçada da economia", na opinião de Steve Sosnick, o que enervou os operadores bolsistas.
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