Renegociar dívida poderia ter sido positivo, diz agora o FMI
Um artigo apresentado ao Conselho Executivo do FMI sugere que afinal as dívidas portuguesa e irlandesa poderiam ter beneficiado de uma extensão de maturidades, noticia o Jornal de Negócios.
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Economia Ajustamento
Uma extensão das maturidades das obrigações logo no início dos programas de ajustamento poderia ter sido benéfico para Portugal e Irlanda. Quem o diz é o FMI, num artigo apresentado ao Conselho Executivo do fundo, de que o Jornal de Negócios dá conta.
O artigo dos técnicos do FMI surge na sequência das lições retiradas na Grécia, na Irlanda e em Portugal e levam mesmo o fundo a estudar a possibilidade de eliminar a regra que lhe permitiu emprestar aos países periféricos sem impor um reescalonamento da dívida, isto quando era claro que havia incertezas sobre a sustentabilidade da dívida nestes países.
Por regra, a instituição monetária empresta sem grandes dificuldades quando a avaliação da sustentabilidade das finanças públicas é positiva mas, quando há receios, um empréstimo deve ser precedido de uma reestruturação que garanta essa sustentabilidade. A Grécia, no entanto, marcou o início de uma forma diferente de agir, que teve também reflexo no ajustamento irlandês e no português.
O receio de um risco sistémico – por se tratarem de países inseridos na moeda única – levou a que esta regra fosse flexibilizada. Strauss Khan era na altura a figura máxima do FMI e a Grécia acabou mesmo por receber um empréstimo mesmo havendo muitas dúvidas sobre a sua capacidade de pagar.
O artigo intitulado The Fund’s Lending Framework and Sovereign Debt que foi agora apresentado vem sugerir que este reescalonamento da dívida – aumentando os prazos de pagamento – poderia ter permitido um ajustamento mais sensível. “Uma consolidação mais lenta pode conduzir a benefícios significativos para o país”, cita mesmo o Jornal de Negócios. Recorde-se que Portugal terminou em maio o seu programa de ajustamento.
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