Presidente da chinesa Evergrande em prisão domiciliária, diz Bloomberg
O presidente do grupo Evergrande, uma das maiores construtoras da China, cujo colapso marcou o início da crise no setor imobiliário do país, está em prisão domiciliária, indicou hoje a agência de informação financeira Bloomberg.
© CFOTO/Future Publishing via Getty Images
Economia China
De acordo com a agência, que cita fontes anónimas, o bilionário Xu Jiayin (também conhecido pelo nome cantonês Hui Ka Yan) foi detido no início deste mês pelas autoridades.
A Evergrande ainda não reagiu à informação.
Em meados de setembro, o grupo anunciou a detenção de funcionários de uma das suas subsidiárias, sem especificar as acusações. Segundo a revista de informação económica chinesa Caixin, dois ex-executivos da Evergrande também foram presos.
O setor imobiliário na China registou um crescimento meteórico nas últimas décadas, num país onde a venda de imóveis antes mesmo de iniciar a construção permite financiar outros projetos.
A situação financeira de muitas construtoras chinesas deteriorou-se, após os reguladores chineses passarem a exigir às empresas, em 2020, um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à pandemia de covid-19.
O colapso da Evergrande, cujo passivo ascende a 328 mil milhões de dólares (307 mil milhões de euros), é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas --- cerca de 70%, segundo diferentes estimativas.
A crise afetou nos últimos meses outro peso pesado do setor: a Country Garden, até há pouco vista como uma empresa financeiramente sólida.
Na segunda-feira, uma subsidiária da Evergrande anunciou que não consegue pagar o cupão de títulos obrigacionistas, aumentando a pressão sobre o grupo, antes de uma audiência marcada para o final de outubro com um grupo de credores, nos tribunais de Hong Kong.
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