As previsões apontam para que as taxas Euribor comecem a dar sinais de abrandamento no próximo ano, mas esse alívio não deverá ter um reflexo "muito significativo" para as famílias que têm empréstimos, considera o analista de mercados Pedro Lino.
"[Haverá] uma inversão das Euribor, que depois de atingirem os 4,20% a um ano devem começar a reduzir-se, mas de uma forma muito ligeira. Diria que em termos de empréstimos para as famílias, não vai ser muito significativo", disse Pedro Lino, em declarações à CNN Portugal.
A expectativa é que daqui por um ano "voltaremos a ter as taxas de juro que tínhamos em agosto", sendo que "este movimento irá ser, como Christine Lagarde referiu, muito lento de forma a garantir que a inflação está controlada".
Na semana passada, recorde-se, o Governo aprovou novas medidas para atenuar o impacto da subida das taxas de juro para quem tem crédito à habitação. Uma das medidas passa por uma prestação reduzida e constante ao longo de dois anos.
O novo mecanismo aprovado pelo Governo prevê que as prestações sejam calculadas em função de um indexante correspondente a 70% da Euribor a seis meses (independentemente do indexante original do contrato), o que permitirá reduzir o valor a pagar, ficando o montante da prestação estabilizado para os próximos dois anos.
"Não vamos ter mais taxas de juro abaixo de 2%, nem 1%, nem o que tínhamos anteriormente e esta medida dos 30% [anunciada pelo Governo] vai ser muito significativa para muitas famílias", concluiu Pedro Lino.
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