Ações da Evergrande disparam com retoma na bolsa de Hong Kong
As ações da Evergrande registaram hoje uma forte subida na bolsa de Hong Kong, depois de terem estado suspensas durante vários dias.
© Lusa
Economia Evergrande
Quando as negociações recomeçaram, por volta das 9h35 (2h35 em Lisboa), a Evergrande tinha ganhado quase 10%, antes de disparar quase 35% por volta das 10h00 (3h00).
O grupo Evergrande, uma das maiores construtoras da China, cujo colapso marcou o início da crise no setor imobiliário do país, confirmou hoje a retoma da negociação na bolsa de Hong Kong, suspensa desde quinta-feira.
O grupo tomou a decisão da suspensão um dia depois de a imprensa ter noticiado que o presidente da empresa, o bilionário Xu Jiayin, se encontrava em prisão domiciliária. A cotação das ações do Evergrande caiu 19%.
A Evergrande admitiu entretanto que Xu estava "sujeito a medidas coercivas devido a suspeitas de crime ou delito em violação da lei", sem avançar mais detalhes sobre a natureza das alegadas infrações.
O grupo solicitou na segunda-feira o reinício da negociação na bolsa. "O conselho de administração considera que as atividades da empresa são normais e que não existe qualquer outra informação relativa à empresa que deva ser tornada pública", declarou o Evergrande, na segunda-feira à noite, no que aparenta ser uma justificação para a retoma da negociação.
O anúncio surge durante uma semana de férias na China, por ocasião do feriado do dia nacional, 01 de outubro, período geralmente favorável à compra de imóveis.
O setor imobiliário na China registou um crescimento meteórico nas últimas décadas, num país onde a venda de imóveis em planta permite financiar outros projetos.
Em 2020, a situação financeira de muitas construtoras chinesas deteriorou-se, depois de os reguladores chineses terem exigido às empresas um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, agravada pelas medidas de combate à pandemia da covid-19.
O colapso da Evergrande, cujo passivo ascende a 328 mil milhões de dólares (307 mil milhões de euros), é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas, cerca de 70%, de acordo com diferentes estimativas.
A crise afetou nos últimos meses outro peso pesado do setor: a Country Garden, até há pouco vista como uma empresa financeiramente sólida.
Na segunda-feira, uma outra subsidiária da Evergrande, a Hengda Real Estate, anunciou que não consegue pagar os pagamentos regulares de obrigações, aumentando a pressão sobre o grupo, antes de uma audiência marcada para o final de outubro com um grupo de credores, nos tribunais de Hong Kong.
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