Crescimento português é "modesto". FMI elogia postura orçamental

O FMI avisa que o crescimento económico previsto para Portugal é "bastante" modesto, elogia a política orçamental contracionista que apoia a desinflação e recomenda que continue a trajetória de redução da dívida pública.

Notícia

© iStock

Lusa
11/10/2023 09:34 ‧ 11/10/2023 por Lusa

Economia

OE2024

Em entrevista à Lusa, o vice-diretor do departamento de assuntos orçamentais do Fundo Monetário Internacional (FMI), Ruud De Mooij, elogia a evolução orçamental de Portugal e defende que o país mantenha o rumo.

Destacando que o FMI prevê que o rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) para este ano é de 108%, Ruud De Mooij sublinha que "comparado ao nível pré-pandemia, é na verdade mais baixo".

"Na média europeia, o rácio da dívida pública é superior ao pré-pandemia, mas Portugal diminuiu oito pontos percentuais (pp.) desde a pandemia. Se olharmos para a projeção para os próximos cinco anos prevemos que diminuirá ainda mais, para 90%", aponta, na entrevista que teve lugar antes da apresentação pelo Governo português da proposta orçamental para 2024 esta terça-feira.

O responsável do FMI considera que a tendência de redução é "adequada" e que resulta, sobretudo, do país ter "um excedente primário".

"Isto é considerado apropriado como forma de reduzir os seus níveis de dívida [pública] e ter a certeza de ter almofadas [financeiras] disponíveis, mas também estar pronto para choques e desafios futuros", disse.

Deste modo, a principal recomendação de Ruud De Mooij é que Portugal "continue nesse caminho".

"Acho que isso é muito importante, mas é claro que também é importante como fazer isso e uma das questões para Portugal é que, por exemplo, se olharmos para as perspetivas de crescimento para os próximos cinco anos, são bastante modestas", disse.

Segundo a atualização das projeções económica, que ainda não têm em linha de conta o Orçamento do próximo ano, o FMI prevê que o PIB português cresça 2,3% este ano e 1,5% em 2024.

"Talvez haja espaço para um maior crescimento, por exemplo, através de reformas estruturais, reformas orçamentais estruturais. Isso existe investimento. Um bom investimento em digitalização, investimento em infraestruturas", defende.

O vice-diretor do departamento de assuntos orçamentais do FMI recomenda ainda que "à medida que os preços da energia e a inflação normalizam" as medidas de apoio sejam "retiradas gradualmente e, em vez disso, dar mais atenção a estes investimentos".

"Essa é uma das áreas potenciais onde ainda pode haver melhorias no futuro", considerou.

O responsável do FMI destaca, ainda assim, que "Portugal é um exemplo" no que toca a uma resposta orçamental que não colida com a política monetária.

"Portugal tem uma boa postura em termos de política orçamental contracionista que apoia a desinflação, enquanto outros países estão a demorar mais tempo", concluiu.

Leia Também: Notícias falsas na X "são resultado direto das mudanças de Elon Musk"

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas