FMI entende que Angola tem de voltar à austeridade neste e no próximo ano

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que Angola tem de voltar ao ajustamento orçamental neste e no próximo ano e que é "imperativo" cumprir as metas orçamentais e garantir a sustentabilidade da dívida pública.

Notícia

© Lusa

Lusa
15/10/2023 14:18 ‧ 15/10/2023 por Lusa

Economia

Angola

"No que diz respeito às pressões orçamentais, a grande flexibilidade orçamental de 2022 deixou Angola mais exposta a choques externos; o regresso ao ajustamento orçamental em 2023 e 2024, conforme previsto, é fundamental para manter a sustentabilidade da dívida", disse o economista Thibault Lamaire em entrevista à Lusa, à margem dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorreram esta semana em Marraquexe.

Para este economista do departamento africano e um dos autores do relatório sobre as Perspetivas Económicas Regionais para a África subsaariana, Angola tem de mantar a disciplina orçamental e o programa de reformas para relançar o crescimento económico e captar investimento.

"A curto prazo, é imperativo uma combinação de políticas e reformas para cumprir as metas orçamentais e da dívida de Angola e assegurar a sua sustentabilidade e estabilidade, o que pode incluir medidas de política fiscal não relacionada com o setor petrolífero, a reforma dos subsídios aos combustíveis, e reformas orçamentais estruturais", diz Thibault Lamaire, vincando que "devem ser implementados sistemas de apoio social apropriados para mitigar o impacto na população mais vulnerável da reforma dos subsídios aos combustíveis".

Na entrevista à Lusa, o economista afirmou que "a continuação da elevada dependência do setor do petróleo constitui um problema para o desenvolvimento económico" e salientou que "a diversificação do setor petrolífero para outros setores com elevado potencial, como a agricultura e as tecnologias de informação e comunicação, é crucial a médio prazo".

O FMI prevê que o crescimento económico de Angola abrande este ano para 1,3% e estabilize à volta dos 3,4% a médio prazo: "As perspetivas a curto prazo refletem principalmente a queda da produção petrolífera observada neste período, ao passo que as perspetivas a médio prazo são apoiadas pelos planos das autoridades de avançar com reformas estruturais de promoção da diversificação", explicou.

Para o Fundo, com a produção petrolífera em queda, Angola tem de dar prioridade às reformas estruturais porque "a redução da dependência do setor petrolífero é essencial e deve continuar a ser a prioridade das autoridades a médio prazo, de modo a reduzir as vulnerabilidades decorrentes da maior volatilidade deste setor".

Leia Também: Guiné Equtorial deve melhorar "ambiente de negócios distorcido", diz FMI

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas