Wall Street fecha em baixa com geopolítica e rendimentos obrigacionistas
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa uma semana negativa, afetada pelos elevados rendimentos obrigacionistas e pelos riscos geopolíticos.
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Economia Bolsas
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 0,86%, o tecnológico Nasdaq caiu 1,53% e o alargado S&P500 recuou 1,26%.
Os rendimentos das obrigações do Tesouro dos EUA a 10 anos chegaram brevemente a cinco por cento nas trocas pós-fecho na quinta-feira à noite, um máximo desde julho de 2007. Na sexta-feira, cerca das 19.30 de Lisboa, estavam estabilizadas nas 4,91%.
"Os investidores não querem assumir riscos antes do final de semana, quando as tensões permanecem elevadas" no Médio Oriente, no 14.º dia da guerra entre Israel e o Hamas, disse Jack Ablin, especialista em estratégia de investimento na Cresset.
"Perante um muro de preocupações, os investidores não mostraram apetite para passar o muto nas últimas sessões", comentaram, por seu lado, os analistas da Schwab.
Nos indicadores do dia, o governo federal apresentou um défice orçamental de 1,7 biliões [milhão de milhões], relativo ao exercício de 2023, encerrado em 30 de setembro último.
A tendência foi um agravamento de 23%, devido a uma redução das receitas dos impostos, mas também a um aumento do erviço da dívida, em resultado do aumento das rachas de juro.
As emissões massivas de novas obrigações de Estado para reembolsar um défice sempre elevado, nos prazos devidos, são apontadas como um dos fatores da subida dos rendimentos destes títulos.
Os investidores, por outro lado, continuaram a ponderar as declarações do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, que na quinta-feira fez uma intervenção que satisfez tanto os 'falcões' como as 'pombas', termos de calão para designar, respetivamente, os apoiantes de taxas de juro elevadas e os defensores do contrário.
"Ele sublinhou que era imperativo regressar a uma inflação sustentável e que a estrada para aí chegar seria longa e imprevisível", resumiram os analistas do Wells Fargo.
Quanto à época em curso de apresentação de resultados, a impressão geral é mitigada. "As empresas conseguem exceder as previsões sobre os seus resultados, mas não as dos volumes de negócios", destacou Jack Ablin, da Cresset.
"O crescimento da atividade não está na agenda. Isto não é uma boa receita para o crescimento dos lucros", estimou.
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