OE2024: Fundo de excedentes será decidido pelo próximo governo

O ministro das Finanças, Fernando Medina, adiantou hoje que o futuro do fundo dos excedentes orçamentais será determinado pelo próximo governo, que poderá constituí-lo ou deixá-lo pelo caminho.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
14/11/2023 19:53 ‧ 14/11/2023 por Lusa

Economia

Medina

Fernando Medina falava na terceira ronda de perguntas e respostas da audição parlamentar na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), onde foi questionado sobre a matéria.

"Esse destino estará nas mãos daquele que venha a ser o próximo Governo, que terá obviamente toda a liberdade de definir a sua base, a sua constituição, a sua eliminação", afirmou.

Em causa está o fundo de investimentos estruturantes posteriores a 2026, o período pós-Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para o qual seriam canalizados os excedentes previstos para este ano e o próximo, anunciado pelo Governo durante a apresentação do OE2024.

O governante explicou que a constituição do fundo "naturalmente não caberá" nas funções do governo em exercício, após o anúncio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de dissolução da Assembleia da República e convocação de eleições antecipadas para 10 de março de 2024.

"Iremos deixar todo o trabalho preparado nesse sentido, mas depois o novo Governo deve estar de mãos livres para tomar as decisões que entenda sobre isto", sublinhou.

Contudo, alertou que o próximo executivo deverá "ter sempre muito claro" que os saldos orçamentais positivos devem contribuir para a redução da dívida pública, tal como recordou recentemente a presidente do Conselho das Finanças Públicas, Nazaré da Costa Cabral.

Apesar da ideia de criação do fundo estar no relatório da proposta do OE2024 não é mencionado no articulado da proposta de lei.

A Lei de Enquadramento Orçamental (LEO) estipula que "os excedentes da execução orçamental são usados preferencialmente" na "amortização da dívida pública, enquanto se verificar o incumprimento do limite da dívida pública" e na "constituição de uma reserva de estabilização, destinada a desempenhar uma função anticíclica em contextos de recessão económica, quando se verificar o cumprimento do limite referido na alínea anterior".

A audição de Fernando Medina encerrou a ronda de audições setoriais da proposta orçamental.

Leia Também: Alimentação animal. Medina admite aproximação à proposta do PAN

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