Recrutar deixou de ser urgência passando a ser emergência, diz sindicato
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos afirmou hoje que a perda de dois mil funcionários da Autoridade Tributária para a reforma "não surpreende", sublinhando que recrutar deixou de ser apenas uma urgência para passar a ser uma emergência.
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Economia Impostos
Em comunicado, o STI salienta que o importante é "avançar com o plano de recrutamento plurianual anunciado pelo Governo", o qual, refere, "previa abrir concurso para recrutar gestores Tributários e Aduaneiros ainda este ano", com a presidente do sindicato, Ana Gamboa, a sustentar que recrutar, neste momento, "já não é urgente," mas antes "uma emergência".
Assim, e apesar de sublinhar que o plano de recrutamento plurianual é uma das medidas que foi anunciada em junho "nas reuniões de trabalho mantidas com a tutela, até ao momento o concurso ainda não abriu". Neste contexto, manifesta esperança de que o atual Governo demissionário "não se vá embora sem cumprir com este compromisso".
No seu Plano Estratégico para o período 2023-2025, agora divulgado publicamente, a Autoridade Tributária e Aduaneira refere que neste período a AT vai perder 2.020 funcionários para a reforma, um número que leva o organismo liderado por Helena Borges a apontar a "idade média elevada" dos seus trabalhadores e a carência de pessoas com competências em novas áreas de conhecimento entre os "pontos fracos" que identifica no horizonte.
Dados que o STI recebeu sem surpresa, tendo em conta que, refere em comunicado, "há já vários anos" que vem alertando para esta "situação dramática em matéria de recursos humanos vivenciada" na AT.
"A saída massiva de trabalhadores para a aposentação tem-se dado nos últimos anos, porque os milhares de trabalhadores recrutados nos anos 80 estão agora no final da vida ativa. Sem renovação dos efetivos, isto cria uma sobrecarga e pressão gradual em quem fica, porque a saída de trabalhadores não implica diminuição dos objetivos a cumprir", assinala o STI.
De acordo com os mais recentes dados estatísticos divulgados pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), no final do ano passado a idade média dos trabalhadores da AT era de 55,2 anos, a segunda mais elevada da administração pública, apenas ultrapassada pela idade média dos oficiais de registo e do notariado.
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