A agência S&P Global Ratings já tinha retirado a República Helénica da categoria especulativa em outubro, pela primeira vez desde a crise da dívida de 2010.
A Fitch espera que o rácio dívida pública/PIB (Produto Interno Bruto) "continue a cair acentuadamente", segundo o comunicado hoje divulgado, graças ao crescimento e à "prudência orçamental".
"Consideramos também que os riscos políticos são relativamente baixos", prosseguiu a agência de notação norte-americana.
A agência elogiou igualmente os esforços do país mediterrânico "em matéria de consolidação orçamental" e de "reformas fiscais".
Para o ministro das Finanças grego, Kostis Hatzidakis, a decisão da Fitch constitui um "importante êxito nacional", de acordo com uma mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
"Esta subida de classificação abre caminho a maiores afluxos de investimento, à melhoria das condições de financiamento da economia, ao crescimento e ao aumento do emprego", acrescentou.
"Estamos orgulhosos pelo facto de os avanços do nosso país terem sido reconhecidos. Estamos determinados a prosseguir o nosso plano de reformas, uma estratégia que atrai o investimento, cria empregos e permite um crescimento inclusivo", afirmou o primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, depois de a S&P ter melhorado a notação de crédito da Grécia em outubro.
Reeleito em junho para um novo mandato de quatro anos, o líder conservador está a apostar politicamente no regresso da Grécia à categoria de investimento para recuperar as finanças públicas no próximo ano.
Durante a crise económica, a Grécia sofreu uma série de descidas de classificação por parte das agências de notação financeira ('rating'), o que a privou do acesso aos mercados obrigacionistas internacionais.
O país esteve sujeito a oito anos de austeridade, nos termos de três pacotes de resgate internacionais sucessivos, no valor total de 289 mil milhões de euros, implementados em 2010, 2012 e 2015 para evitar que entrasse em colapso, devido a uma dívida de cerca de 300 mil milhões de euros.
As reformas económicas exigidas pelos credores da Grécia -- a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) -- tiveram um forte impacto, reduzindo o PIB em um quarto em oito anos e aumentando a taxa de desemprego para mais de 27%. O terceiro resgate terminou em agosto de 2018.
De acordo com os dados oficiais, a economia grega registou um crescimento de 5,6% em 2022.
Hoje, a Fitch observou que "as autoridades planearam reformas fiscais geradoras de receitas em 2024 para angariar mais 600 milhões de euros para as despesas sociais".
"Combinadas com os esforços visando aumentar a digitalização e reduzir a evasão fiscal, essas medidas poderão fortalecer a base das receitas fiscais e libertar uma margem de manobra orçamental adicional para mais investimentos de capital, destinados a estimular o crescimento", sublinhou a instituição.
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