Shell aguarda decisão do Brasil sobre exploração de petróleo no Amazonas

A Shell, segunda maior produtora de petróleo no Brasil, disse hoje que aguarda uma decisão do Governo brasileiro sobre autorização de exploração na Margem Equatorial, região perto da foz do rio Amazonas, para definir novos investimentos no país.

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Lusa
05/12/2023 18:35 ‧ 05/12/2023 por Lusa

Economia

Shell

"Se o Governo decidir abrir a Margem Equatorial e autorizar a exploração de uma nova fronteira petrolífera no país, vamos analisar os futuros leilões de concessão para tomar decisões de investimento", disse o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, num encontro com jornalistas na cidade brasileira do Rio de Janeiro, citado pela agência espanhola Efe.

O presidente da Shell Brasil acrescentou que a empresa já tem oito concessões na Margem Equatorial, todas em áreas distantes da foz do Amazonas, mas admitiu que os projetos na região estão parados à espera que o Governo dê sinais claros sobre se vai ou não abrir a nova fronteira.

A Margem Equatorial compreende uma vasta região do Oceano Atlântico ao largo da costa dos Estados do Norte do Brasil, vizinha de zonas onde a Guiana e o Suriname já descobriram campos com reservas que podem atingir os 13 mil milhões de barris de petróleo.

O Brasil estima que este novo horizonte possa conter até 14 mil milhões de barris de petróleo, mas a exploração da região tem gerado um intenso debate devido à vulnerabilidade ambiental da zona mais próxima da foz, onde existem importantes cadeias de recifes e mangais.

A estatal Petrobras, que já recebeu licenças para explorar áreas da Margem Equatorial mais distantes da foz do Amazonas, aguarda que o órgão regulador ambiental reveja a sua decisão de negar autorização para perfurar um poço na área mais vulnerável, mesmo estando a 500 quilómetros da costa.

"Abrir ou não abrir a Margem Equatorial é uma das decisões mais importantes que o Brasil tem de tomar neste momento. Na minha opinião, a abertura vai gerar uma grande oportunidade para o país. Basta ver as reservas já descobertas na Guiana e no Suriname que os geólogos acreditam que se estendem até o Brasil", disse Cristiano Pinto da Costa.

O responsável ressalvou que a abertura de um novo horizonte não é incompatível com a política do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva de acelerar a transição energética, porque esse processo é lento e tem que ser feito com segurança energética.

"Todos os cenários indicam que o mundo ainda precisará de hidrocarbonetos por muitos anos. A Shell estima que o pico de produção ainda se estenderá até o final da década de 2030", disse.

Leia Também: Lucro da petrolífera Shell cai 41% para 17.787 milhões até setembro

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