A comissão técnica independente (CTI) para o novo aeroporto apresentou, na terça-feira, o relatório preliminar sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa. Afinal, quais foram as conclusões? Quais são as melhores soluções? O Notícias ao Minuto resume, neste artigo, os principais pontos a reter.
1. Há duas soluções viáveis: Alcochete e Vendas Novas
Alcochete e Vendas Novas são as duas opções identificadas pela comissão técnica independente como viáveis para um novo aeroporto, juntamente com Humberto Delgado até ser possível passar para infraestrutura única.
Significa isto que são viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com mínimo de duas pistas, bem como Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.
Das duas opções, Alcochete é identificada como a solução com mais vantagem.
2. É "inevitável" começar com modelo dual. mas "perspetivar" fecho da Portela
A comissão técnica independente para estudo do novo aeroporto considera inevitável que se inicie com um modelo dual, que possa passar a um único aeroporto após fecho do aeroporto da Portela.
"Uma solução dual, inevitavelmente terá de avançar em primeiro lugar, a estratégia será sempre uma opção dual com um aeroporto complementar desejavelmente no local onde depois possa vir a tornar-se aeroporto único", afirmou a presidente da CTI, na apresentação que decorreu no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
Rosário Partidário sublinhou que o Aeroporto Humberto Delgado, na Portela, só poderá fechar quando houver uma outra infraestrutura com capacidade para o substituir.
3. Relatório apresentado, o que se segue?
A consulta pública sobre as opções estratégicas para ampliação da capacidade aeroportuária da região de Lisboa está aberta a partir desta quarta-feira e estende-se até ao dia 19 de janeiro, anunciou a coordenadora da CTI.
O período de consulta pública e institucional do relatório preliminar decorrerá entre os dias 6 de dezembro de 2023 e 19 de janeiro de 2024, devendo os comentários e pareceres ser enviados para cti.aeroporto@lenec.pt.
Findo este prazo, após a CTI avaliar "a racionalidade, o mérito, a oportunidade e a pertinência técnica de cada um desses contributos, à luz dos fatores críticos para a decisão", fará então o relatório final. Com a elaboração do relatório final ficará concluído o mandato da CTI.
4. Havia outras opções, por qual motivo ficaram por terra?
As opções Humberto Delgado + Montijo e Montijo como 'hub' foram classificadas como "inviáveis para um 'hub' intercontinental", por razões aeronáuticas, ambientais e económico-financeiras "devido à sua capacidade limitada para expandir a conectividade aérea".
Humberto Delgado + Santarém e Santarém como aeroporto único "não são opção por razões aeronáuticas (de navegação aérea", apontou a CTI.
5. No total, quais eram as hipóteses em cima da mesa?
Uma resolução do Conselho de Ministros aprovada no ano passado definiu a constituição de uma CTI para analisar cinco hipóteses para a solução aeroportuária de Lisboa, mas previa que pudessem ser acrescentadas outras opções, o que veio a acontecer.
Nas cinco opções inicialmente consideradas estão uma solução dual, em que o aeroporto Humberto Delgado (AHD) terá o estatuto de aeroporto principal e o do Montijo o de complementar; uma outra solução dual alternativa, em que o aeroporto do Montijo adquirirá, progressivamente, o estatuto de aeroporto principal e o AHD o de complementar; a construção de um novo aeroporto internacional no Campo de Tiro de Alcochete (CTA), que substitua, de forma integral, o AHD; uma outra solução dual, em que o AHD terá o estatuto de aeroporto principal e um aeroporto localizado em Santarém o de complementar; e a construção de um novo aeroporto internacional localizado em Santarém, que substitua, de forma integral, o AHD.
A estas opções, a CTI acrescentou mais quatro, nomeadamente AHD + Campo de Tiro de Alcochete; Vendas Novas + Pegões; AHD + Vendas Novas-Pegões e Rio Frio + Poceirão.
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