"Eu espero que todos estes projetos e estes investimentos não sejam desperdiçados quem quer que seja Governo a seguir a este Governo. Acho que são demasiado importantes para o país, em termos económicos e ambientais, para poderem ser desperdiçados", disse hoje Duarte Cordeiro aos jornalistas, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto).
O ministro do Ambiente, que tem a tutela da mobilidade urbana, falava numa visita ao viaduto de Santo Ovídio, parte integrante da extensão da linha Amarela até Vila d'Este, cuja obra deverá terminar no final deste ano, e a exploração de serviço comercial iniciar-se em abril.
Duarte Cordeiro considerou "muito importante que quem vier tenha a oportunidade de prosseguir e concluir as obras ao ritmo que têm sido colocadas", não sem antes dizer que seria "importante" que este Governo ainda inaugurasse a extensão da Linha Amarela e fizesse a consignação da obra da Linha Rubi.
"Foram deixadas as verbas no PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e no PT2030 [programa de fundos europeus], estão lançados os concursos, obviamente implica sempre uma gestão de muita proximidade com o território, mas isso tem vindo a acontecer. É com muita confiança que nós acreditamos que este ciclo de investimentos se concretizará na região Norte", afirmou o governante socialista.
Duarte Cordeiro lembrou, no entanto, que dos quatro projetos de expansão da rede lançados pelo Governo em 13 de outubro, dois (as segundas linhas de Matosinhos e da Maia) ainda não têm financiamento assegurado, ao contrário das extensões a Gondomar e do 'metrobus' até à Trofa.
"Estou convencido que quem quer que venha a ser Governo, procurará fazer aquilo que nós faríamos se este Governo continuasse, que era ir procurar imediatamente a seguir financiamento para salvaguardar que estes dois projetos também acompanham todos os outros que já estão financiados", frisou.
Em causa estão as linhas ISMAI - Muro - Trofa (metro até Muro e 'metrobus' até Paradela), Gondomar II (Dragão - Souto), Maia II (Roberto Frias - Parque Maia - Aeroporto) e São Mamede (IPO - Estádio do Mar), cujo investimento estimado ronda os 1.000 milhões de euros (1.056 milhões se a linha Maia II for em metro, 921 milhões se for em 'metrobus'), excluindo custos além da empreitada.
Para o ministro, mesmo que haja uma mudança política na sequência das eleições legislativas marcadas para 10 de março, o importante "é tentar, na medida do possível, prosseguir sem estragar, porque a Metro do Porto tem mostrado uma grande eficácia na forma como tem desenvolvido o seu trabalho".
"No que diz respeito, por exemplo, ao investimento na acessibilidade, à redução dos passes, nós temos visto na Assembleia da República que tem vindo a ser relativamente consensual. Não há nada que também nos leve a achar que vamos fazer uma mudança de rumo", disse.
Segundo Duarte Cordeiro, "seria muito negativo para o nosso país, mas também para a região do Porto" se tal acontecesse.
Atualmente a Metro do Porto conta com seis linhas em operação, estando em construção uma extensão da Linha Amarela (D) entre Santo Ovídio e Vila d'Este (Vila Nova de Gaia), a Linha Rosa (G), entre São Bento e Casa da Música (Porto), uma linha de 'metrobus' entre Casa da Música e Praça do Império (aguarda-se lançamento da extensão à Anémona), e o arranque das obras da Linha Rubi (H), entre Casa da Música e Santo Ovídio, que inclui uma nova ponte sobre o rio Douro, está previsto para o final deste ano.
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