Novo apoio do FMI deve chegar a Cabo Verde no primeiro semestre de 2024
O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera começar a entregar a Cabo Verde, no primeiro semestre de 2024, as verbas ao abrigo novo Fundo Fiduciário para a Resiliência e Sustentabilidade (RST, sigla inglesa).
© Lusa
Economia FMI
"Penso que as primeiras medidas poderão ser adiantadas dentro do primeiro semestre do próximo ano", referiu Rodrigo Garcia-Verdu, representante residente do FMI em Cabo Verde, em entrevista à Lusa.
O acesso a esta linha de financiamento no valor de 31,69 milhões de dólares (29,81 milhões de euros) deverá ser formalmente aprovado numa reunião da administração do FMI, agendada para hoje.
"O desembolso é condicionado à realização de certas ações", descreveu, um conjunto de medidas e reformas acordadas, em novembro, entre o Governo de Cabo Verde e uma equipa do FMI que se deslocou à Praia.
O detalhe das ações e respetivo cronograma deverá ser publicado em janeiro, acompanhando novos relatórios do FMI sobre o país.
Assim, à medida que o cronograma for sendo cumprido, as verbas serão disponibilizadas, de forma proporcional, explicou.
A linha vai apoiar medidas que impulsionem fontes renováveis, ao mesmo tempo que promovem resistência a choques climáticos.
Olhando às reformas que o RST já impulsionou noutros países, Rodrigo Garcia-Verdu aponta como exemplos o fim de procedimentos públicos que incentivam ao consumo de combustíveis fósseis, promovendo, em alternativa, fontes renováveis.
Há também um olhar preventivo sobre o sistema financeiro, visto que "alguns dos seus ativos podem ser afetados pelas mudanças climáticas e, nesse sentido", pelo que é necessário identificar os riscos.
Em novembro, quando o acesso ao RST foi anunciado, Olavo Correia, vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, considerou-o como uma medida "muito importante" para "ajudar na aceleração da agenda da transição energética, ação climática e edificação de uma economia circular".
Por outro lado, há expetativa de um efeito colateral que "credibiliza Cabo Verde para aceder a novos fundos climáticos e ambientais à escala global".
O FMI aponta como "um sério risco a médio prazo" os efeitos das alterações climáticas, "como ficou evidenciado na seca dos últimos anos" em Cabo Verde, referiu Justin Tyson, chefe da missão que, na altura, esteve no país.
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