"Parece-me que é um acordo positivo e para nós não é surpresa, porque reflete o bom estado dos recursos nas nossas águas", disse à agência Lusa Humberto Jorge, presidente da ANOP Cerco, lembrando que a União Europeia já tinha reconhecido a costa ibérica e da Biscaia por não haver sobrepesca e antes sustentabilidade na exploração dos recursos.
A associação nacional sediada em Peniche desvalorizou os cortes previstos para o lagostim e para o linguado, uma vez que as possibilidades de pesca previstas "conseguem ser acomodadas pela nossa frota".
Portugal assegurou hoje aumentos nas quotas de pesca para 2024 no valor comercial de 23 milhões de euros, com as capturas de pescada a subirem 12% e os cortes no linguado a recuarem para 17%.
A ministra da Agricultura, que tutela também as pescas, Maria do Céu Antunes, salientou o "balanço globalmente positivo" para Portugal, com a quota portuguesa hoje negociada nas águas do Atlântico com gestão da União Europeia (UE) a passar das cerca de 126 mil toneladas este ano para mais de 131 mil toneladas em 2024.
Após uma maratona negocial que terminou às 12:00 de Bruxelas (11:00 de Lisboa) e que foi das mais longas da última década, as possibilidades de pescada para as águas nacionais subiram 12%, as de tamboril 7%, de areeiro 8%, de peixe-espada preto 9% e as de carapau 5%.
As negociações entre a UE e a Noruega, fechadas na sexta-feira, já tinham assegurado uma subida de 9% nas capturas de bacalhau.
A proposta da Comissão, apresentada em 25 de outubro, previa cortes de 53% na juliana, de 20% na solha e de 20% no lagostim, que se mantêm, no linguado, tendo Portugal revertido a redução prevista de 33% para 17%, no lagostim.
A Comissão apresentou em outubro um parecer científico, tendo a ministra explicado, em conferência de imprensa no final dos trabalhos, já não ter sido possível ter em conta os dados mais recentes de Portugal para o linguado, que sustentavam um corte menor.
Em setembro, tinha já sido assegurado um aumento de 92% na pesca de bacalhau na zona económica exclusiva do Canadá, bem como de 25% do atum voador, importante para as regiões autónomas dos Açores e Madeira.
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