Fed mantém taxa e Powell avisa que controlo da inflação está por garantir
O presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, afirmou hoje que o banco central dos EUA decidiu manter a taxa de juro de referência, mas avisou que o controlo da inflação ainda não está garantido.
© Reuters
Economia Jerome Powell
"Apesar de acreditarmos que a taxa de referência está provavelmente no seu nível máximo, a economia tem surpreendido os analistas em muitos aspetos desde a pandemia, pelo que o avanço para o nosso objetivo de inflação de dois por cento não está assegurado", disse Powell.
A Fed anunciou hoje que decidiu manter as taxas de juro no intervalo entre 5,25% e 5,50%, mas antecipou que podem descer para 4,6% até ao fim de 2024.
Segundo o comunicado divulgado no final de uma reunião de dois dias, a inflação deve abrandar para 2,4% ao longo do próximo ano, quando as anteriores previsões do banco central antecipavam que ficaria em 2,5%. Em 2026, a inflação atingirá o nível desejado de 2%.
Depois de fazer aquele aviso, Powell adiantou que o Comité Federal de Mercado Abierto (FOMC, na sigla em Inglês), onde se decide a política monetária da Fed, "não descarta a possibilidade de novas subidas".
Até porque, detalhou, apesar de celebrar como "muito boas notícias" que a inflação está a moderar-se nos últimos meses sem prejudicar o emprego, a subida dos preços continua a ser "demasiado forte", pelo que o progresso no arrefecimento do crescimento dos preços deve prosseguir, apesar da "incerteza".
Powell recordou a importância de ser cauteloso e considerar a informação existente no momento de decidir a política monetária, especialmente, para evitar manter a taxa alta "demasiado tempo", dada a convergência entre os riscos de "se exceder ou ficar aquém" no custo do dinheiro, bem como pelo atraso com que o endurecimento monetário se manifesta.
Em termos da economia dos EUA, Powell considerou "pouco justificado" pensar que esteja em situação de recessão, mas não excluiu a possibilidade de tal vir a acontecer dentro de 12 meses, uma vez que "existe sempre essa possibilidade" e dado o "comportamento pouco normal" da economia durante o período posterior à pandemia.
Em todo o caso, a previsão de crescimento da economia em 2023 foi revista em alta para 2,6%, enquanto para 2024 é esperado uma expansão de 1,4% e de 1,8% para 2025.
Já a inflação esperada para o conjunto do ano corrente é de 2,8% e de 2,4% em 2024.
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