Falta de matéria-prima ameaça sustentabilidade do setor da pasta e papel

O setor florestal representa 9% das exportações portuguesas e o 'cluster' da pasta e papel assegurou 55% das vendas deste setor ao exterior em 2022, mas o crescente défice de matéria-prima ameaça a sua sustentabilidade, alerta a Navigator.

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Lusa
26/12/2023 12:59 ‧ 26/12/2023 por Lusa

Economia

Papel

"O défice de matéria-prima tem vindo a aumentar, ameaçando a sustentabilidade da atividade e obrigando a centenas de milhões de euros de importações de madeira que poderia ser produzida em Portugal e contribuir para a valorização da economia rural", lê-se num comunicado divulgado hoje pela empresa produtora de pasta e papel.

Segundo a The Navigator Company, o setor florestal em Portugal, e em particular o da pasta e papel, "tem sido responsável pela criação de elevado valor acrescentado, pela exportação de bens transacionáveis, pela criação de emprego (com grande número de agentes envolvidos na produção, transformação e comercialização dos seus produtos) e pelo papel como agente dinamizador de zonas desfavorecidas".

"A vitalidade do setor florestal, nomeadamente a importância das suas indústrias transformadoras, tem hoje forte expressão pelo seu relevante caráter exportador, totalizando cerca de 9% das vendas nacionais ao exterior", refere, detalhando que, "em 2022, só o 'cluster' da pasta e do papel assegurou o equivalente a cerca de 55% das vendas ao exterior de todo o setor florestal".

Por outro lado, as florestas portuguesas asseguram também a criação de emprego qualificado, a geração de riqueza no mundo rural e a fixação de populações, destaca a Navigator, precisando que "só a fileira do eucalipto gera mais de 80 mil empregos na economia portuguesa".

Responsável pela gestão de cerca de 109.000 hectares de floresta em todo o país, a Navigator surge no 'ranking' de 2022 da consultora Iberinform Portugal relativo às "2.000 maiores empresas do distrito de Setúbal" como a empresa que mais criou valor para a região, tendo reforçado a sua posição como a terceira maior exportadora em Portugal e a maior geradora de valor acrescentado nacional.

De acordo com os dados deste 'ranking', citados pela Navigator, "a companhia ocupa a segunda posição em volume de negócios naquela região, encurtando a distância para o primeiro lugar": Pela primeira vez, esta classificação coloca a empresa a apenas 2,8% do volume de faturação (não consolidado) da líder do 'ranking', a Autoeuropa.

A Navigator diz representar aproximadamente 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, cerca de 3% das exportações nacionais de bens e mais de 30.000 empregos diretos, indiretos e induzidos em todo o país, tendo investido em 2022 um total de 210 milhões de euros na cadeia de valor da produção florestal.

Mais de 92% dos produtos do grupo são vendidos para fora de Portugal, em 30 países dos cinco continentes.

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