O ministro das Finanças, Fernando Medina, terá montando uma operação especial na reta final do ano passado para conseguir cumprir a meta da dívida pública ficar abaixo dos 100% do produto interno bruto (PIB) - uma expectativa que, aliás, tinha sido já partilhada pelo primeiro-ministro, António Costa.
De acordo com o jornal Expresso, o Governo deverá mesmo conseguir alcançar este objetivo, depois de ter montando uma "operação especial gigantesca", que incluiu a recompra de títulos de dívida pública a privados, seguradoras e bancos, bem como o pagamento antecipado de dívida das empresas públicas.
Isto, sem mexer na meta de ter um excedente histórico das contas públicas de pelo menos 0,8% do PIB.
O Notícias ao Minuto já contactou fonte do gabinete do ministro das Finanças na tentativa de obter mais informações sobre este assunto, mas até ao momento não foi possível obter uma resposta.
Em meados de novembro, refira-se, o ministro das Finanças anunciou que o peso da dívida pública cairia em 2023 abaixo dos 103% previstos no Orçamento do Estado, rejeitando a necessidade de alterar previsões económicas para 2024 devido à crise. Contudo, os números deverão ir mais longe.
"Estou em condições de assegurar que teremos um saldo positivo do ponto de vista orçamental de 0,8% este ano e que teremos uma dívida pública inferior a 103% do Produto Interno Bruto (PIB), isto é, o valor será mesmo inferior àquele que nós prevíamos aqui há poucas semanas", disse, na altura.
O governante admitiu ainda, na mesma data, que "as circunstâncias políticas internas se alteraram" desde que foi apresentado a proposta orçamental na generalidade, mas considerou que "é também claro" que a execução do Orçamento do Estado que está a ser feita este ano "vai permitir manter os resultados que pré-anunciamos relativamente ao ano de 2023".
A proposta do OE2024, sublinhe-se, prevê que o rácio da dívida pública caia para 103% em 2023 e se fixe em 98,9% este ano.
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