Engenheiro deixa Elvas e ruma ao litoral após fim de programa do Governo
A cidade de Elvas (Portalegre), onde viveu durante algum tempo, ficou "no coração" do brasileiro Michael Oliveira, mas este engenheiro civil teve de procurar nova 'casa' no litoral, terminado o apoio inserido na medida Emprego Interior Mais.
© iStock
Economia Engenharia
"O apoio era só durante um ano, mas se tivesse tido continuidade, eu teria preferido ficar em Elvas, juntando o apoio com aquilo que eu recebia do trabalho. Pode ter a certeza que eu ainda estaria lá", afiançou à agência Lusa o trabalhador, que agora vive em Vagos, distrito de Aveiro.
Michael Oliveira, de 46 anos, e a mulher, Liliane Oliveira, foram dois dos beneficiários da medida do Governo Emprego Interior Mais, implementada em 2020 e que terminou recentemente, em 31 de dezembro.
O programa previa apoios financeiros para quem se fixasse no interior, para trabalhar.
Michael Oliveira, natural de São Salvador da Baía, no Brasil, já residia há alguns anos em Portugal, primeiro na Covilhã (Castelo Branco) e depois em Palmela (Setúbal).
Em fevereiro de 2021, entrevistado pela Lusa, explicou que morava então em Elvas, para onde se tinha mudado em junho de 2020. Poucos meses depois, teve conhecimento do Emprego Interior Mais e decidiu candidatar-se, sendo eleito para o apoio.
"É um incentivo bom que o Governo dá, porque tanto eu como a minha esposa ganhámos esse incentivo", contou na altura o engenheiro civil, que pensava ficar "um bom tempo" na cidade na raia do Alentejo com a Estremadura espanhola.
"Só se não tiver jeito de ficar aqui, porque, infelizmente, dependemos de emprego e, se faltar aqui, temos de procurar outro local", ressalvou então.
Contactado agora pela Lusa, o engenheiro civil, que enquanto esteve no Alentejo trabalhou em duas empresas, uma na construção de uma nova escola básica em Elvas e outra nas obras da ferrovia, disse que quando o apoio do Governo terminou teve de se 'virar' e a família mudou-se para o litoral.
"O trabalho acabou e o apoio também e, aí, tive que me virar. Consegui uma proposta com um salário melhor e, em abril de 2022, fui para Vagos trabalhar numa outra empresa, onde ainda estou hoje", relatou.
O apoio recebido através da medida Emprego Interior Mais garantiu a Michael e Liliane uma verba global de "cerca de cinco mil euros", indicou, realçando que "foi bom demais", mas durante um período "demasiado curto".
"O apoio é muito bom, não estou a reclamar, mas se tivessem prolongado mais o programa, mesmo com condições de que os beneficiários tivessem de gerar o próprio emprego ou mais postos de trabalho, nos anos seguintes, seria melhor", sugeriu.
Se este tipo de medida voltasse a ser implementada, Michael nem pensaria duas vezes. A opção seria regressar ao interior.
"Elvas ficou no meu coração, é um lugar calmo, onde o custo de vida é bem menor, porque agora pago 'uma nota' de aluguer, mas são poucos os empregos e a tendência é ir para as grandes cidades do litoral e, pronto, aí volta tudo à 'estaca zero'. Se tivesse um apoio e um emprego, voltaria sem problemas para uma cidade pequena, para Elvas ou próximo da cidade", argumentou.
Leia Também: Pedro Nuno Santos quer "alterar especialização" da economia se formar
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com