Lagarde alerta que tensões no Médio Oriente constituem "risco"
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou hoje que as atuais tensões no Médio Oriente constituem um "risco" para a inflação na zona euro.
© KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP via Getty Images
Economia BCE
"Os riscos inflacionistas incluem a intensificação das tensões geopolíticas, particularmente no Médio Oriente, o que poderá fazer subir os preços da energia e os custos de frete no curto prazo e prejudicar o comércio global", afirmou Christine Lagarde, durante a conferência de imprensa após a reunião do Conselho do BCE.
A responsável do BCE explicou que a instituição continua atenta a possíveis repercussões nos preços da energia e no custo do transporte marítimo, numa altura em que os ataques dos houthis a navios no Mar Vermelho representam uma nova ameaça para o comércio mundial.
Lagarde considerou que a continuação do conflito constituiria um risco adicional, com potencial para afetar todos os preços das matérias-primas.
No entanto, destacou que segundo a maioria dos analistas o impacto até agora é "moderado", uma vez que o transporte marítimo representa apenas uma fração do transporte mundial total.
"Estamos a ser cautelosos e a observar atentamente os desenvolvimentos", disse.
Lagarde sublinhou ainda que a ligeira subida da inflação da zona euro em dezembro resultou sobretudo do efeito-base, mantendo-se a tendência geral de descida.
"Espera-se que a inflação diminua ainda mais ao longo deste ano, à medida que os efeitos dos choques energéticos passados, dos estrangulamentos na oferta e da reabertura da economia pós-pandemia se desvanecem, e a política monetária mais restritiva continua a pesar sobre a procura", indicou.
A presidente do BCE explicou ainda que "a elevada taxa de aumentos salariais e a queda da produtividade do trabalho estão a manter elevadas as pressões internas sobre os preços", mas também começaram a diminuir.
Christine Lagarde disse ainda que "é provável que a economia da área do euro tenha estagnado no último trimestre de 2023".
"Os dados disponíveis continuam a sinalizar fraqueza no curto prazo. Contudo, alguns indicadores de inquéritos prospetivos apontam para uma recuperação do crescimento posteriormente", apontou.
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