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Agricultores? Confagri subscreve "revolta" e confirma reversão de cortes

A Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) disse hoje compreender "a revolta" dos agricultores face à "falta de visão e estratégia" para o setor e confirmou a reversão pelo Governo dos cortes previstos.

Agricultores? Confagri subscreve "revolta" e confirma reversão de cortes
Notícias ao Minuto

15:57 - 31/01/24 por Lusa

Economia Agricultores

"Entendemos perfeitamente a revolta dos agricultores, porque isto resulta de uma falta de visão e estratégia a médio longo prazo, desde logo de Bruxelas, e depois de cada Estado membro 'per si'", afirmou o presidente da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri), Idalino Leão, em declarações à agência Lusa.

Segundo este responsável, os cortes nos pagamentos aos agricultores no âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) anunciados na semana passada foram "a gota de água", mas, entretanto, na sequência de reuniões mantidas "nos últimos dias" com o Governo, "foi possível" revertê-los.

"A informação que tenho, das negociações em que estivemos envolvidos, quer ontem [terça-feira] à noite, quer hoje de manhã, com a tutela, é de que os cortes seriam revertidos e espero que isso seja comunicado hoje", avançou.

O denominado Movimento Civil Agricultores de Portugal anunciou hoje que os agricultores portugueses se vão manifestar a partir das 06:00 de quinta-feira com máquinas agrícolas nas estradas de várias zonas do país, reclamando "condições justas" e a "valorização da atividade".

Em comunicado, esta é apresentada como uma iniciativa de "um movimento civil espontâneo e apartidário que une agricultores e sociedade civil em defesa do setor primário".

O Governo convocou para as 15:30 de hoje uma conferência de imprensa conjunta da ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, e do ministro das Finanças, Fernando Medina, a decorrer no Ministério da Agricultura e Alimentação, em Lisboa.

Para Idalino Leão, os cortes anunciados nos pagamentos aos agricultores seriam desde logo "desnecessários se tivessem sido ouvidas as organizações": "O que os agricultores querem é previsibilidade e estabilidade na sua atividade", enfatizou.

Apesar da reversão dos cortes que diz ter sido entretanto negociada com o Governo, o presidente da Confagri considera que manifestações como a convocada para quinta-feira "são um ato de revolta legítimo de quem se sente menosprezado há muitos anos".

"Entendo perfeitamente essas manifestações. É um grito de revolta e é também uma chamada de atenção aos consumidores de que os agricultores são uma parte muito importante da nossa comunidade", sustentou.

Salientando que, "no caso dos produtos agroalimentares, o mercado [do setor] é até aos Pirenéus", o líder da Confagri defende que "seria muito importante que os custos fixos associados à energia e gasóleo fossem equiparados num contexto ibérico".

"Eu diria, até, que essa equiparação devia ser feita também num contexto fiscal dos produtos agroalimentares", disse.

Vivendo o país um período de pré-campanha, com eleições legislativas marcadas para março, Idalino Leão entende que "este é o momento político" para o setor apresentar "os seus cadernos reivindicativos" e "ouvir o que os partidos têm para dizer".

Neste sentido, a Confagri promove na quinta e sexta-feira a 10.ª edição do Encontro Nacional de Técnicos, em Évora, que juntará cerca de meio milhar de dirigentes e técnicos das várias organizações de agricultores de todo o país para, conjuntamente com vários especialistas nacionais, debaterem as principais medidas de política agrícola, em especial as que integram o PEPAC e a inovação tecnológica no setor agroalimentar.

Na quinta-feira, pelas 17:00, a Confagri organiza ainda um debate sobre o setor agroalimentar com representantes dos partidos políticos para "discutir a importância estratégica da agricultura e das florestas para a gestão e vitalidade do território".

"Entendemos que existe uma dívida de gratidão para com o setor agrícola e para com o setor agroalimentar como um todo e queremos, de uma vez por todas, que o setor seja assumido como um verdadeiro desígnio nacional, que é isso que falta a este país", conclui Idalino Leão.

[Notícia atualizada às 16h19]

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