A dívida pública ficou mesmo abaixo dos 100% do produto interno bruto (PIB) em 2023, conforme o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, tinha já antecipado. Cifrou-se em 98,7% no final do ano passado, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo supervisor da banca.
"Considerando a estimativa do PIB de 2023, a dívida pública situou-se em 98,7% do PIB, o que representa uma redução de 13,7 pontos percentuais relativamente ao final de 2022", pode ler-se no comunicado do BdP.
Em 2023, a dívida pública na ótica de Maastricht diminuiu 9,4 mil milhões de euros em comparação com 2022, adiantou ainda o supervisor.
"Esta variação resultou, em grande medida, da redução de títulos de dívida de curto e de longo prazo (-4,2 mil milhões de euros e -11,0 mil milhões de euros, respetivamente), de certificados do Tesouro (-4,2 mil milhões de euros) e de empréstimos (-3,1 mil milhões de euros). Em sentido contrário, destacaram-se as emissões líquidas positivas de certificados de aforro (14,4 mil milhões de euros)", pode ler-se.
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O BdP revelou ainda que os ativos em depósitos das administrações públicas reduziram-se 2,5 mil milhões de euros em 2023. A dívida pública deduzida de ativos em depósitos diminuiu 6,8 mil milhões, para 251,7 mil milhões de euros.
O Governo previa no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) que o rácio da dívida pública caísse dos 112,4% registados em 2022 para 103% em 2023, antes de se fixar abaixo dos 100% em 2024 (98,9%).
Contudo, a evolução do PIB nominal acima do esperado terá dado um impulso extra à redução do rácio, caindo mais depressa do que o esperado, segundo os economistas consultados pela Lusa.
Os economistas admitiam, por isso, que o peso da dívida pública já teria tocado já em 2023 a meta dos 100%.
Com este feito, o ministro das Finanças, Fernando Medina, fecha o ano de 2023 com o peso da dívida pública face ao PIB a rondar o registado em 2010 (100,2%), reafirmando a consolidação da trajetória de redução seguida nos últimos anos.
[Notícia atualizada às 11h09]
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